19.11.09

Sudeste lidera PIB nacional, mas perde participação

Valor Economico (SP)

De São Paulo

Oito Estados brasileiros concentravam cerca de 80% da riqueza do país em 2007, revelaram os dados das Contas Regionais 2007, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Lideravam as participações no Produto Interno Bruto (PIB) nacional São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina, além do Distrito Federal.

Essas unidades da federação com os maiores PIBs em 2007 eram as mesmas em 1995. A diferença, continuou o organismo, é que a soma de participações daqueles Estados representava 81,5% do PIB de 1995 e diminuiu para 78,7% em 2007.

Segundo o levantamento, o Sudeste continua com a maior participação do PIB do Brasil, com 56,4%. No entanto, essa representatividade diminuiu frente a 1995, quando era de 59,1%.

Na região, São Paulo se sobressaiu, com perda de 3,4 pontos percentuais (37,3% do PIB em 1995 para 33,9% em 2007). "A economia paulista perde participação na indústria geral (-9,1 pontos), perde menos nos serviços (-1,5 ponto) e ganha na agropecuária (1,4 ponto)", destacou o IBGE.

No Rio de Janeiro, houve avanço entre 1997 e 2000, quando a participação do Estado chegou 11,9% do PIB nacional, mas, em 2007, retornou à mesma participação de 1995 (11,2%). Minas Gerais (0,4 pontos percentuais) e Espírito Santo (0,3 pp) ampliaram a fatia.

O Estado que mais perdeu participação na indústria foi São Paulo (- 4,3 pp) seguido pelo Rio Grande do Sul (-1,6 pp). Grande parte dessa participação perdida distribuiu-se entre os outros seis Estados líderes da indústria nacional em 2007, além de Goiás, Espírito Santo e Pará.

De maneira geral, este processo foi impulsionado por investimentos regionais ou mesmo pela guerra fiscal, ou ainda pela procura de mão de obra mais barata em outras unidades da federação. Apesar disso, enfatiza o IBGE, "ainda não é possível afirmar que há uma migração industrial maciça, pois se percebe um movimento forte de redistribuição dentro do próprio Estado de São Paulo".

No caso da indústria gaúcha, houve uma queda de sua participação por dois anos consecutivos a partir de 2004, quando o Estado sofreu com fortes secas.

Minas Gerais, nos últimos anos, se apropriou de parte da indústria do fumo, principalmente do Rio Grande do Sul e da cadeia automobilística, além de ser também o maior produtor de aço do país.

A Região Sul ganhou participação no PIB, indo de 16,2% em 1995 para 16,6% em 2007. O mesmo aconteceu com o Centro-Oeste, que saiu de 8,4% para 8,9%, com o Norte, 4,2% para 5%, e com o Nordeste, de 12% para 13,1%.

O levantamento do IBGE mostrou ainda que o PIB das regiões Norte e Nordeste se expandiu abaixo da taxa de crescimento da economia nacional, que era de 6,1% em 2007. O Norte verificou expansão de 3,8%, enquanto o PIB do Nordeste cresceu 4,8%. As demais regiões tiveram crescimento acima da média nacional, com destaque para o Centro-Oeste, com uma expansão de 6,8%, seguido do Sul (6,5%) e do Sudeste (6,4%).

Em termos de PIB per capita em 2007, o maior foi o do Distrito Federal, com R$ 40,6 mil, seguido por São Paulo (R$ 22,6 mil) e Rio de Janeiro (R$ 19,2 mil). O resultado mais baixo foi verificado no Piauí (R$ 4,6 mil).

(Agências noticiosas)

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