Primeiro caderno
O Brasil melhorou cinco posições em um ranking mundial que analisa o nível de corrupção entre 180 países, divulgado ontem pela organização Transparência Internacional (TI). Com 3,7 pontos, numa escala de 0 a 10 – quanto menor o índice, maior a corrupção – o país deixou a 80ª colocação e passa a ocupar a 75ª, mesma posição de Colômbia, Peru e Suriname. Na América Latina, o Brasil está atrás do Chile, Uruguai (ambos em 25º lugar) e Costa Rica (43º). Apesar da melhora, em nível mundial o país continua entre as nações com nível de ocorrência de corrupção considerado alto, apenas quatro posições à frente de Burkina Faso, China, Suazilândia e Trinidad e Tobago.
O índice é calculado com base em pesquisas feitas por instituições de renome, que ouviram especialistas e empresários, convidados a dar sua opinião sobre a percepção que têm da corrupção existente entre funcionários públicos e políticos de seus países.
Na América Latina, 21 das 31 nações analisadas receberam pontuação abaixo de 5, indicando problemas sérios de corrupção. Nove delas não passaram dos 3 pontos, indicativo de corrupção desenfreada.
Exceto a Guatemala, nenhum país da região registrou melhora “significativa”, segundo a TI.
O ranking mundial também não teve muitas alterações importantes. A Nova Zelândia passou para a liderança, com 9,4 pontos, como a nação mais transparente. Em 2008, o país ocupava o terceiro lugar. A Dinamarca (9,3 pontos), que liderava no ano passado, está na segunda posição. Cingapura (9,2 pontos) passou do quarto para o terceiro lugar, junto da Suécia, segunda colocada em 2008. Os Estados Unidos, com 7,5 pontos, estão na 19ª posição, atrás de Reino Unido e Japão.
Afeganistão Um dos países que apresentou aumento vertiginoso no índice de corrupção foi o Afeganistão (1,3 ponto), penúltimo colocado. O fato demonstra o dilema de governos ocidentais, como o dos EUA, que apoiam o Afeganistão na guerra contra o terrorismo, mas exigem transparência do presidente Hamid Karzai, cuja recente reeleição foi marcada por suspeitas de fraude.
“Exemplos de corrupção variam de cargos públicos e justiça à venda até a cobrança de propinas diárias em troca de serviços básicos”, diz a Transparência sobre o Afeganistão. “Isso, junto com a explosão do comércio de ópio – que também está ligado à corrupção – contribui com a tendência negativa na nota do país”.
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