Telefonia: Operadora planejar investir os recursos na expansão da infraestrutura de redes e em serviços
Heloisa Magalhães, do Rio
Desde que fechou a compra da Brasil Telecom (BrT) no início do ano, a Oi está buscando recursos para forrar o caixa.
A operadora de telefonia recebeu ontem a aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um financiamento de R$ 4,4 bilhões e tem assembleia de acionistas marcada para o dia 30 para aprovar o lançamento de R$ 3 bilhões em debêntures.
A Oi tem uma parcela da dívida bruta vencendo neste último trimestre do ano de R$ 2,9 bilhões. A companhia tem outras parcelas para honrar sendo uma em 2010, no valor de R$ 7,2 bilhões, e outra de R$ 5,3 bilhões com vencimento em 2011. No fim de maio, a Telemar Norte Leste, razão social da Oi, fechou uma das maiores emissões de debêntures já feitas por uma companhia não financeira no país. A operadora captou no mercado financeiro R$ 2,571 bilhões vendendo títulos a partir de R$ 1 mil cada.
A empresa fez captação em banco de desenvolvimento chinês em março deste ano de US$ 300 milhões. Emitiu bônus de US$ 750 milhões no mercado de capitais internacional. E por meio de agência de fomento à exportação da Finlândia obteve financiamento de US$ 500 milhões para aquisição de equipamentos.
O financiamento do BNDES será liberando em três tranches até 2011 e os recursos são voltados para investimentos em equipamentos e serviços dentro do plano de negócios que prevê aportes este ano entre R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões.
Até setembro, segundo o balanço do terceiro trimestre, a companhia havia desembolsado R$ 3,2 bilhões o que, segundo a empresa, não comprometia o planejamento para o ano. Ao divulgar o balanço, o diretor financeiro ad operadora, Alex Zornig, informou que ainda havia vários processos de compras e contratação em andamento e que acreditava que até dezembro atenderia o previsto para o ano.
Segundo o BNDES, o grupo Oi investirá R$ 12,3 bilhões até 2011. Os recursos anunciados ontem, de acordo com o banco de fomento, serão aplicados na expansão e na melhoria da qualidade da rede que, com a convergência dos serviços, exige mais recursos além dos investimentos necessários para atender as exigências determinadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) às concessionárias do setor de telefonia.
As principais metas das concessionárias de telefonia fixa estabelecem a oferta de infraestrutura de rede para conexão de internet em banda larga em mais de três mil municípios até 2010 e a instalação de conexões de banda larga em todas as cerca de 28 mil escolas públicas em zonas urbanas. Na telefonia celular, a Anatel fixou que as operadoras levem a cobertura a todos os municípios brasileiros com mais de 200 mil habitantes até 2011 e cobertura de acesso à internet móvel a 60% das cidades do país até 2016.
Nos últimos 11 anos, o BNDES aprovou financiamentos de R$ 29,4 bilhões para companhias de telecomunicações. Já concedeu um total de R$ 12,8 bilhões em financiamento para a Oi e para a BrT. Foram R$ 6,7 bilhões para ex-Telemar para investimentos tanto na telefonia fixa como no serviço móvel e R$ 6,135 bilhões para a BrT. Os financiamentos foram pagos em 2008.
Pelo próprio porte das operações no país, Oi e BrT juntas somam o maior volume de financiamentos concedidos até agora pelo banco de fomento para companhias do setor de telecomunicações . A Telefônica, que só procurou o BNDES em 2007, recebeu financiamento de R$ 2 bilhões. A Vivo já recebeu R$ 1,5 bilhão, a TIM, R$ 3,9 bilhões, a Claro, R$ 1,375 bilhão, a GVT, R$ 736 milhões e a CTBC, R$ 576 milhões.
A Oi vem procurando alongar a dívida líquida que fechou o terceiro trimestre em R$ 21,1 bilhões. O resultado representa recuo em relação aos R$ 21,6 bilhões da dívida líquida consolidada da empresa até junho. Atualmente, a Oi, cuja dívida cresceu com a compra da Brasil Telecom (BRT) no fim de 2008, já conseguiu alongá-la de 3,5 anos para 4,2 anos.
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