19.11.09

Dívida crescente é ameaça à recuperação, diz Obama

O Estado de S.Paulo (SP)

Para o presidente dos EUA, país pode ser empurrado para uma recessão de 'duplo mergulho', mas seu governo estuda a ampliação dos incentivos

Patrícia Campos Mello, WASHINGTON

O presidente Barack Obama afirmou ontem que a dívida crescente dos Estados Unidos pode empurrar o país para uma "recessão de duplo mergulho", ou seja, a atual recuperação poderia ser interrompida por uma nova desaceleração da economia.

"Se nós continuarmos aumentando a dívida, a uma certa altura as pessoas podem perder a confiança na economia dos Estados Unidos de uma forma que pode levar a uma recessão duplo mergulho", disse Obama ontem em entrevista à rede de TV Fox News, de Pequim.

Mas, apesar de Obama ter manifestado preocupação com o aumento da dívida, ele disse na entrevista em Pequim que a Casa Branca está considerando a adoção de mais incentivos fiscais às empresas para reverter o desemprego.

Na terça-feira, a dívida pública americana ultrapassou US$ 12 trilhões pela primeira vez na história. Parte do aumento da dívida é reflexo dos gastos do governo para estimular a economia. A dívida saltou de US$ 10 trilhões em setembro do ano passado para US$ 12,030 trilhões agora. Existe um limite legal para o endividamento de US$ 12,104 trilhões, que terá de ser elevado pelo Congresso, senão as atividades do governo ficam paralisadas.

MÁ NOTÍCIA

O líder dos Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que os números eram uma má notícia e que o plano de estímulo de US$ 787 bilhões, aprovado no início do governo, não conseguiu manter o desemprego abaixo de dois dígitos.

"Esse deveria ser um alerta para o governo, que não pode continuar gastando o dinheiro que não tem", disse McConnell. "Eu sinceramente espero que o governo trabalhe de forma bipartidária para reduzir a dívida, diminuir custos de assistência médica e ajudar as empresas a gerar empregos."

Obama está tentando equilibrar medidas necessárias para manter em curso a recuperação da economia com políticas para reduzir o déficit público e o endividamento. "Alguns incentivos fiscais podem encorajar empresas a contratar, em vez de ficar esperando; então estamos analisando medidas como essas", disse Obama.

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