O avanço do PIB americano no terceiro trimestre ficou aquém da previsão inicial, com os consumidores gastando menos do que se projetava.
O PIB dos Estados Unidos cresceu 2,8% entre julho e setembro na taxa anualizada. A primeira estimativa, divulgada no mês passado pelo governo americano, apontava expansão de 3,5%.
A revisão se deve em grande parte ao crescimento menor dos gastos dos consumidores. Esses gastos representam cerca de dois terços do PIB americano e cresceram 2,9% no terceiro trimestre, enquanto o dado inicial mostrava avanço de 3,4%. Outro fator que pesou foi o aumento das importações, que afeta negativamente o PIB.
O terceiro trimestre foi o primeiro em que a economia americana voltou a crescer, após 12 meses de queda no PIB, mas está em um ritmo considerado insuficiente.
Desde janeiro do ano passado até outubro deste ano, as empresas dos EUA eliminaram 7,3 milhões de postos e a taxa de desemprego mais que dobrou, de 4,9% para 10,2% -a maior em 26 anos. Isso em uma economia que precisa gerar 100 mil empregos mensais apenas para absorver os ingressantes no mercado de trabalho.
Para o Fed (o BC dos EUA), "nos próximos dois anos, a taxa de desemprego deve continuar bastante elevada e o nível de inflação deve ficar abaixo da média". A ata da mais recente reunião do organismo, no início deste mês, mostra ainda que ele projeta uma retração menor do PIB neste ano: a previsão de junho era de uma queda de 1% a 1,5%; a estimativa atual é de contração de 0,1% a 0,4%.
O Fed afirma também que a sua política de juros baixos (a taxa atual, de zero a 0,25%, é a mais baixa da história) pode "levar a riscos excessivos nos mercados financeiros". Economistas como Nouriel Roubini têm alertado de que investidores estão se aproveitando dos juros baixos nos EUA para comprar ativos em outros países e que esse movimento pode gerar crise quando os juros voltarem a subir. |
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