DCI (SP)
Eduardo Puccioni Fernanda Guimarães
SÃO PAULO - As ações top five (as cinco mais negociadas na Bolsa) perderam espaço no principal índice do mercado (Ibovespa). Com a entrada da LLX Logística e da OGX Petróleo, o peso das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce ficou menor no índice - o que os especialistas consideram positivo, por diluir o risco do investidor.
Os cinco ativos do indicador que apresentaram o maior peso na composição do índice foram: Petrobras PN (12,928%), Vale PNA (11,784%), Itaú Unibanco PN (4,875%), BMFBovespa ON (4,482%) e Gerdau PN (3,847%).
Para efeitos de comparação, os ativos com maior peso na composição da carteira do Ibovespa divulgada em 1º de setembro de deste ano eram: Petrobras PN, com 15,012%, Vale PNA (12,076%), Itauunibanco PN (5,555%), BMFBovespa ON (4,448%) e Bradesco PN (3,864%).
Foram retiradas do Ibovespa as ações ON da Brasil Telecom, as ações PNB da Celesc e os papéis PNA da Comgás, companhias de peso inferior ao das empresas que farão parte em 2010.
A BM&F Bovespa divulgou ontem a segunda prévia do Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, que vai vigorar de 4 de janeiro a 30 de abril de 2010.
O Ibovespa é composto pelos ativos que, nos doze meses anteriores, apresentaram índices de negociabilidade, participação no volume financeiro e presença em pregão em níveis que atenderam aos critérios estabelecidos em sua metodologia de cálculo.
Há ainda a expectativa de que uma outra empresa do grupo comandado por Eike Batista entre na Bolsa de Valores em 2010. A OSX, que atua na fabricação de estaleiros para exploração de petróleo, deve abrir capital em março, segundo a agência Bloomberg.
A companhia prepara um projeto na cidade catarinense de Biguaçu, orçado em US$ 1 bilhão. Eike revelou estar negociando um segundo estaleiro na cidade Quissamã, no norte fluminense.
Também ontem, aconteceu o vencimento de opções na Bovespa e o movimento foi recorde, somando R$ 5 bilhões.
Bolsa para 2010
O Ibovespa chegou a apontar para os 29 mil pontos logo após o estouro da crise financeira. Especialistas de mercado, porém, já estão prevendo uma pontuação de 90 mil pontos do mercado acionário em 2010.
"Mesmo com o risco de aumento da volatilidade no período de campanha eleitoral, estamos projetando o Ibovespa entre 85.000 e 90.000 pontos", afirma André Mello, analista sênior da TOV.
Mello acrescenta que "em 2010 a retomada na economia mundial deverá ocorrer de forma global: os países desenvolvidos apresentarão expansão gradual e os emergentes crescerão em ritmo mais acelerado", diz o especialista.
"No Brasil, estimamos um crescimento do PIB da ordem de 5% a 6%. O fim das políticas expansionistas nos países desenvolvidos, em particular nos EUA, ocorrerá apenas depois do início da recuperação das condições do mercado de trabalho ou de uma eventual elevação significativa da inflação. A inflação na maioria das economias permanecerá baixa. Os fluxos financeiros crescerão nos próximos anos", acrescenta o analista da TOV.
Para Mello, a alta do crédito bancário doméstico e as condições favoráveis do mercado de trabalho aumentarão o crescimento do consumo das famílias. A demanda doméstica também acelerará em função da expressiva expansão dos investimentos.
A HSBC Global Asset Management também se mostrou muito otimista com o mercado de capitais. Entre as previsões da empresa, estão 80 mil pontos para o Ibovespa.
"A Bolsa não está barata, mas também não está cara: está pouco acima da média histórica. Hoje, temos alguns cenários que são muito favoráveis, como crescimento econômico no Brasil e mundial, além da demanda por ativos brasileiros", explica Mario Felisberto, diretor de investimentos da HSBC Global Asset.
Ontem o Ibovespa caiu 0,96% no pregão, encerrando o dia aos 68.645 pontos. O volume financeiro foi de R$ 16,941 bilhões. As opções de Ibovespa futuro bateram recorde: R$ 5 bilhões em negociações, sendo que R$ 4,72 bilhões para opções de compra. O contrato mais negociado foi o exercício de compra em 68 mil pontos, que registrou negócios de R$ 624,2 milhões.
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