O Globo (RJ)
Já os juros de bancos caem para 6,96%, o menor nível desde 1995
Aguinaldo Novo e Karina Lignelli
SÃO PAULO. A uma semana do Natal, duas novas pesquisas reforçam a previsão de apetite renovado do consumidor. Divulgada pela Serasa, a primeira sondagem mostrou que a inadimplência de pessoas físicas teve em novembro o maior recuo desde maio de 2007, caindo 3,9% em comparação com o mesmo mês de 2008, e 1,8% contra outubro deste ano. Em maio de 2007, a queda havia sido de 7,5%.
Recorde também apareceu em pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) sobre a variação dos juros bancários. A taxa média apresentou uma redução de 0,07 ponto percentual no mês, passando de 7,03% para 6,96% ao mês, o menor patamar desde o início da sondagem, em janeiro de 1995.
— Estas reduções podem ser atribuídas ao bom momento por que passa a economia, à maior competição do sistema financeiro e à expectativa da redução da inadimplência com a retomada do crescimento do emprego e da renda — disse o economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
No acumulado de janeiro a novembro, a inadimplência da pessoa física, medida pela Serasa, ainda apresenta crescimento de 6,8%. Mas os técnicos da empresa projetam nova queda dos índices agora em dezembro e ao longo de 2010. Segundo eles, com o aumento do número de empregados com carteira assinada, o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário ajudou no pagamento de dívidas.
É apostando nessa perspectiva que o varejo mantenha a previsão de um Natal gordo em 2009. De acordo com dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), órgão ligado à Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que mede as vendas a prazo, a primeira quinzena de dezembro registrou alta de 3,8%, comparada ao mesmo período do ano anterior. Já em relação a novembro, primeiro mês de 2009 com alta positiva, de 0,4%, a expansão foi de 37,4%. Na m e s m a c o m p a r a ç ã o , o SCPC/Cheque, que mede as vendas à vista, subiu 8,2% na primeira quinzena de dezembro, e de 42,6% em novembro. No ano, a projeção é de alta de 1,2%.
Segundo a Serasa, o valor médio do cheque sem fundo entre microempresários cresceu 43,5% entre janeiro e novembro deste ano, ante o mesmo período de 2008, refletindo as dificuldades do setor com a crise financeira.
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