O Estado de S.Paulo (SP)
Para a agência gastos para conter crise limitam ação do governo
A agência de classificação de risco Moody"s afirmou, em relatório, que o rating Aaa da dívida soberana dos Estados Unidos corre o risco de ser pressionado pela posição fiscal do país, acrescentando que essa situação só poderá ser amenizada se o governo adotar medidas eficientes para a redução do déficit orçamentário ou se o crescimento da economia americana superar as expectativas.
Segundo a Moody"s, o governo Barack Obama está limitado pelo nível elevado de desemprego no país, fator que pode dificultar um grande ajuste fiscal atualmente e também minar a recuperação da economia.
Outros fatores que pesam contra a posição fiscal americana, de acordo com a agência, são os investimentos para a criação de empregos e os gastos com programas de benefícios. "Os déficits projetados no orçamento não estabilizam o nível da dívida em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e a parcela de recursos do governo que será direcionada aos juros da dívida crescerá. Aparentemente, sob qualquer cenário, o custo da dívida vai se deteriorar", avalia o relatório.
A agência afirma que, no orçamento apresentado pela Casa Branca para o ano fiscal 2011, a relação entre o pagamento dos juros da dívida e a receita do governo federal vai aumentar de 8,7% no atual ano fiscal para 17,8% até 2020, isso porque as taxas de juro vão aumentar, assim como o tamanho da dívida. Já a relação entre a dívida e a receita do governo federal - utilizada pela Moody"s para avaliar a robustez financeira - recuará de 429% no atual ano fiscal para 394% até 2020 -, nível que, para a agência, ainda é muito elevado e não demonstra uma forte melhora.
"As projeções para o orçamento incluem um déficit primário equivalente a 0,9% do Produto Interno Bruto em 2015", posição que não é equilibrada, segundo a Moody"s. "Portanto, mais aumentos na receita ou cortes nos gastos seriam necessários" para conseguir equilibrar o orçamento.
DIA NERVOSO
Ainda ontem, nos Estados Unidos, houve preocupação com os dados do desemprego, revelando que o ritmo da recuperação pode ser bem mais lento do que se esperava. O preço do petróleo no país ainda sofreu uma queda de 5%. O número de pessoas que contam com seguro desemprego aumentou em 8 mil, atingindo 480 mil americanos na última semana. Foi o quarto aumento em cinco semanas. Já o número de desempregos foi o maior em dois meses.
O índice Dow Jones chegou a cair 2,1% e atingiu a pior marca desde novembro, ante uma queda de 2,3% na Nasdaq.
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