26.2.10

Inflação pelo IGP-M dobra para 1,18% em fevereiro, a maior em sete meses

26 de fevereiro de 2010

O Globo (RJ)

Índice supera expectativas e pode sinalizar aumento na taxa de juros

SÃO PAULO e RIO. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) apresentou uma forte aceleração em fevereiro, praticamente dobrando em relação à taxa verificada em janeiro, devido aos custos no atacado. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador subiu 1,18% este mês, ante um avanço de 0,63% em janeiro.

Trata-se do maior patamar desde julho de 2008.

Com o resultado de fevereiro, o IGP-M já acumula alta de 1,82% este ano. Mas, nos últimos 12 meses, o índice variou apenas 0,24%.

O índice de fevereiro superou a expectativa média de 1,13% feita por 20 economistas consultados pela agência Reuters, cujas projeções variaram entre 0,9% e 1,25%. O Índice de Preços por Atacado (IPA, com peso de 60% do IGP-M) avançou 1,42% em fevereiro, após alta de 0,51% em janeiro.

Para o economista-chefe da ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal, o resultado não é desprezível, pois “mostra que a aceleração do IPA está bastante disseminada, não podendo ser circunscrita a algum grupo específico”.

Preços ao consumidor tiveram alta de 0,88%

Ele acrescenta que a alta da inflação poderá levar a um aumento de juros pelo Banco Central (BC). Os preços no atacado, continua, subiram como reflexo da alta do dólar no início do ano.

Esses custos foram influenciados também por uma demanda mais forte da economia, acrescenta o economista.

No atacado, os preços agrícolas avançaram 0,64% este mês, ante queda anterior de 0,11%. Já os custos industriais tiveram alta de 1,67%, contra uma variação positiva de 0,71% no mês passado.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30% no IGP-M) subiu 0,88% em fevereiro, ante alta de 1% em janeiro, influenciado principalmente pelo reajuste da tarifa de ônibus urbano em São Paulo e pelo aumento das mensalidades escolares. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC, que representa 10% do IGP-M) cresceu 0,35%, contra aumento de 0,52% antes.

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