25.2.10

Consumidor endividado tem menos confiança

25 de fevereiro de 2010

Jornal do Brasil (RJ)

Primeiro Caderno

O aumento da inflação e do endividamento das famílias abateu a confiança do consumidor brasileiro em fevereiro, mostrou pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), entre os dias 1º e 19, em mais de 2.000 domicílios de sete capitais do país. O índice mostrou queda de 2,2% em relação a janeiro, para 110,2 pontos.

Segundo a FGV, 9,3% dos entrevistados esperam comprar mais bens duráveis nos próximos seis meses, e 31,8% estimam reduzir suas aquisições de maior valor agregado.

– Há uma preocupação, principalmente entre as classes mais altas, de que a inflação maior vai puxar os juros e pode provocar uma desaceleração da economia. Já o consumidor de menor renda sente o efeito de aumentos de alimentos e transportes no bolso – disse o economista da FGV, Aloisio Campelo.

– Há também uma capacidade de endividamento esgotada (com as compras de Natal).

É um momento de ajuste do orçamento doméstico.

Campelo destacou que a intenção de compra de bens duráveis atingiu em fevereiro o menor patamar em quase um ano (a 77,5 pontos), bem abaixo da média histórica, de 82,6 pontos.

Caem concessões de crédito A satisfação com a situação econômica foi o que mais puxou o índice para baixo. Os consumidores que a avaliaram como boa somaram 19,8% em janeiro, contra 16,9% em fevereiro.

As novas concessões de crédito no Brasil caíram 7,5% em janeiro, enquanto a taxa média de juros subiu, e a inadimplência recuou levemente, informou ontem o Banco Central.

O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro nacional, incluindo recursos livres e direcionados, aumentou 0,7% em fevereiro, para R$ 1,422 trilhão. Como resultado, os empréstimos totais passaram a representar 44,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 45% em dezembro.

Segundo o BC, houve avanço em modalidades como crédito pessoal e rotativo, associado à concentração de compromissos financeiros e tributários no início do ano.

Considerando as operações com recursos livres, a taxa média de juros aumentou 0,8 ponto percentual em relação ao final do ano passado, para 35,1% ao ano. A inadimplência, referente aos saldos em atraso acima de 90 dias, passou de 5,6% em dezembro para 5,5%.

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