DCI (SP)
Fabíola Binas Priscila Machado
SÃO PAULO - A indústria de máquinas a equipamentos começa a dar seus primeiros sinais de recuperação econômica, ainda que de forma mais lenta que em outros setores.
Para 2010, a perspectiva é que haja um incremento entre 15% e 18% na atividade, isso porque, já em dezembro passado, o mercado sinalizou uma mudança e os ganhos somaram R$ 6,26 bilhões, representando um crescimento de 7,3%, em relação ao último mês de 2008. Comparando a cifra com o que foi verificado em novembro passado, o acréscimo fica em torno de 0,6%, reforçando a perspectiva de uma retomada gradativa.
Para se ter uma ideia, o segmento faturou R$ 64,26 bilhões no ano passado, o que significa uma queda de 17,9%, em relação ao que foi verificado em 2008, desempenho negativo puxado principalmente pela queda de 40,5% nas exportações registradas no período.
De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
Ainda que o panorama apresentado seja positivo, ele não será suficiente para garantir a recuperação de todas as perdas sofridas desde a turbulência financeira. "Para garantir uma recuperação real, precisaríamos crescer, no mínimo, na casa dos 25%", disse.
Entre os fatores que impulsionaram o crescimento no setor, segundo o representante da Abimaq, está o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com um papel de destaque. O benefício, previsto para terminar em junho próximo, se desdobra em financiamentos a juros de 4,5% anuais, o equivalente aos custos praticados lá fora.
A manutenção deste benefício pelo restante do ano, poderia alavancar incremento do setor, que pede maior atenção a seus pleitos. "A desoneração dos investimentos e outros incentivos devem ser concedidos à indústria. Os países desenvolvidos não cobram da cadeia produtiva", analisou Aubert Neto. O encontro com a Abimaq levantou algumas questões que podem ser prejudiciais ao setor de máquinas a equipamentos, como uma medida do governo que concede isenção total para refinarias importarem equipamentos, mesmo que hajam produtos similares no Brasil. Vale lembrar que o único segmento que cresceu de forma expressiva o faturamento no setor foi o de bombas e motobombas, com um avanço de 18,1% em 2009, ao atender, principalmente, às demandas do setor de petróleo e gás.
Aliás a competição com os produtos chineses tem incomodado a entidade. "Em uma licitação pública para fornecer equipamentos para os portos no Sergipe, o vencedor foi uma empresa chinesa. Nessa, o PAC favoreceu a China", desabafou o presidente.
Emprego
Outro aspecto que demonstra sinais de retomada do setor é o nível de emprego. No ano passado, ele apresentou um recuo de 3,7% em relação a 2008. Mas, em dezembro, houve uma leve elevação de 0,1%, sendo que a Abimaq crê na tendência de ascensão.
Prova do cenário positivo nesse sentido, o grupo WEG anunciou a contratação de 600 trabalhadores no sul, este número é praticamente o triplo das 209 pessoas empregadas em dezembro pelo setor como um todo.
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