Valor Economico (SP)
Fernando Travaglini, de São Paulo
Os bancos estão cada vez mais otimistas com o desempenho da economia neste ano. Se em meados do ano passado as instituições esperavam um crescimento do PIB da ordem de 3,7% em 2010, agora, em fevereiro, já elevaram a previsão para 5,3%. Para o crédito, a expectativa de expansão do estoque de linhas para este ano pulou de 17,9%, registrada em julho do ano passado, para 20,6% agora em fevereiro.
Isso é o que mostra a pesquisa periódica da Febraban, feita com analistas de 30 bancos ouvidos após a divulgação da atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. As respostas revelam indicadores melhores a cada novo levantamento feito.
Para a produção industrial, os bancos esperam que haja uma forte reversão da queda de 7,4% registrada no ano passado, apontando para um aumento de 8,5%. Isso deve levar o PIB industrial para 6,9%.
Por outro lado, as instituições elevaram a projeção para a inflação no fechamento deste ano. De acordo com o levantamento da Febraban, o IPCA deve atingir 4,6%, acima do centro da meta, de 4,5%.
Como consequência, é esperada uma elevação da Selic, não na próxima reunião do Copom, de março, mas sim na seguinte, de abril, quanto teria início um novo ciclo de elevação da taxa básica de juros. Para a maioria, a Selic fecharia o ano em 11%, acima do patamar atual de 8,75%. Mas essa elevação é mais para "acomodar o crescimento" do que para interromper a expansão da economia, disse Rubens Sardenberg, economista-chefe de Febraban.
Já para o câmbio, a estimativa dos bancos é que o dólar feche o ano em R$ 1,82, acima da previsão feita na pesquisa anterior, em dezembro do ano passado. Já o saldo em transações correntes estimado é de R$ 49,8 bilhões, que deve ser financiado em grande parte pela entrada de recursos para investimento direto (R$ 37,3 bilhões) e em portfólio.
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