País continua no grupo de nações consideradas mais seguras para investir, com pequena chance de calote, mas melhorou de nota
A Standard & Poor's Ratings Services informou nesta quinta-feira que elevou a classificação de risco
soberano de longo prazo do Brasil de BBB- para BBB. O risco de longo
prazo da moeda também melhorou, passando de BBB+ para A. A agência
também reafirmou os ratings de curto prazo para país de A-3 para moeda
estrangeira e A-2 para a moeda local. A perspectiva do país é estável.
Neste nível, o Brasil mantém o chamado "grau de investimento", conquistado em abril de 2008,
quando a nota de crédito para moeda estrangeira subiu de BB+ para BBB-
com perspectiva estável. Com esta nova nota, o país entrou no grupo de
nações consideradas mais seguras para investir, com pouca probabilidade
de inadimplência. Isso significa que o Brasil passa a ser visto como de
baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros.
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Em agosto deste ano, a S&P já havia elevado a perspectiva da nota soberana do Brasil em moeda local de estável para positiva. A perspectiva em moeda estrangeira havia sido elevada para positiva
em 23 de maio. Segundo a agência, a elevação refletia as alterações
adotadas em sua metodologia de avaliação de ratings soberanos, adotadas a
partir de 30 de junho.
A mudança na perspectiva da nota representava o primeiro passo antes
de uma elevação efetiva do rating. A agência afirmou em agosto que a
perspectiva positiva considera que os fatores que garantem a
estabilidade macroeconômica do país continuarão se fortalecendo nos
próximos anos, com redução gradual das limitações fiscais e do risco a
choques externos.
Outras duas agências de risco já melhoraram a nota brasileira. A Fitch elevou
a nota do Brasil para "BBB" no início de abril, também segundo degrau
dentro da classificação de "grau de investimento." A Moody's também fez o mesmo movimento em junho, ao elevar a nota brasileira de "Baa3" para "Baa2".
Compromisso fiscal
Segundo a Standard and Poor´s, em comentário sobre a elevação da nota
brasileira nesta quinta-feira, a administração da presidenta Dilma
Rousseff demonstrou seu compromisso com metas fiscais, alargando o
escopo para usar os instrumentos de política monetária para influenciar a
economia doméstica.
"Esperamos que o governo busque políticas monetária e fiscal
cautelosas, combinadas com o resiliente crescimento econômico do país,
possa moderar o impacto de choques externos potenciais e sustentar boas
perspectivas paaa o crescimento de longo prazo", disse a agência em
comunicado.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores
estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas
aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o
pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco
e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos.
A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é
considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito
baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos
apenas para países que têm esta classificação. Parte deles é mais
exigente, aplicando apenas em países que são considerados "grau de
investimento" por ao menos duas das três grandes agências.
iG São Paulo, com Valor Online
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