O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, deverá
renunciar após a formação de um governo de coalizão, anunciou neste domingo a
rede de televisão americana CNN, citando fontes do governo que não foram
identificadas.
Até o momento, entretanto, o governo grego nega a possibilidade de renúncia
de Papandreou enquanto não houver um "acordo interpartidário" para
formar um gabinete de coalizão e para "designar um novo
primeiro-ministro", segundo informa a agência de notícias France Presse
citando fontes governamentais.
"Não pode haver renúncia sem acordo sobre um governo, já que existiria
um vácuo de poder. Antes é preciso um acordo interpartidário e designar um novo
primeiro-ministro", indicou esta fonte, que ressaltou que o atual governo
deseja que o acordo seja fechado ainda "hoje", domingo.
Já a fonte citada pela CNN, do partido socialista de Papandreou, o Pasok,
afirmou que o premiê deverá renunciar logo após o anúncio do governo de
coalizão.
De acordo com a emissora norte-americana, o gabinete do premiê vai se reunir
pela última vez neste domingo tendo Papandreou como primeiro-ministro.
O encontro deverá tratar sobre os temas que serão discutidos no encontro de
participantes da zona do euro na segunda-feira (7), onde a Grécia será
representada pelo ministro das Finanças, Evangelos Venizelos.
Venizelos deve permanecer em seu cargo, de acordo com fontes citadas pela
televisão grega. Entre os possíveis candidatos ao cargo de primeiro-ministro,
estariam Petros Moliviatis e Loukas Papaimos, ainda segundo a TV local.
O novo governo de coalizão deverá durar um período de quatro meses e, em
seguida, serão convocadas eleições.
O anúncio ocorre e meio às crises política e econômica na Grécia,
intensificadas após o anúncio na semana passada, feito pelo premiê George
Papandreou, de que submeteria o acordo de resgate do país a um referendo
popular.
Segundo analistas, um "default" (suspensão de pagamentos) da
Grécia poderia contaminar as demais economias europeias, principalmente Itália,
Espanha, Portugal e Irlanda.
REFERENDO
Os líderes da zona do euro concordaram, no dia 26 de outubro, em conceder a
Atenas um segundo pacote bilionário de resgate e um corte de 50% em sua dívida.
Em contrapartida, a Grécia deve se comprometer em continuar com uma política de
cortes de gastos como privatizações, redução de empregos públicos e cortes
salariais.
Há apenas uma semana, o acordo de resgate parecia estar garantido, mas,
então, o primeiro-ministro jogou uma bomba ao anunciar que faria uma votação
popular sobre o pacote --que exige outra rodada de medidas de austeridade sobre
a população grega.
Com a ameaça de que o acordo pudesse não ser aceito, Alemanha e França
disseram a Papandreou que a Grécia não receberia um centavo a mais de ajuda se
não cumprisse seu lado do acordo.
Papandreou voltou atrás no referendo, mas apenas depois que a chanceler
alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmaram que a
Grécia precisava tomar uma decisão sobre se queria permanecer no euro ou não.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1002393-papandreou-deve-renunciar-dizem-tvs-premie-nega.shtml
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