O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em
outubro, após alta de 0,53% em setembro, reportou o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). O dado acabou sendo divulgado antes
da data prevista --nesta sexta-feira, às 9h-- por causa de problemas
técnicos, explicou a instituição.
O dado de outubro divulgado pelo IBGE, segundo o cálculo do economista
da Raymond James, Mauricio Rosal, mostra que, em 12 meses, a taxa teria
ficado em 6,97%, ainda acima do teto da meta do governo, de 6,50%. Até
setembro, no entanto, o indicador tinha alta de 7,31% em 12 meses. No
acumulado do ano, ainda segundo ele, a taxa fechado outubro em 5,43%.
A economista-chefe do RBS Global Banking & Markets, Zeina Latif,
avalia que o número de outubro é uma "boa notícia" porque mostra que,
mesmo com a pressão cambial vivida naquele momento, o indicador veio
dentro do esperado.
"Não ter uma indicação clara de pressão cambial no mercado ainda
aquecido é uma boa notícia. Ainda mais que, naquele momento, não havia
compensação (do câmbio) com quedas maiores nos preços das commodities",
afirmou Zeina, acrescentando que o IPCA de outubro, em 12 meses, indica
uma inflação pelo IPCA ao redor de 7%.
Para o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, o número
veio em linha com as expectativas do mercado e corrobora a avaliação de
que a inflação tende a desacelerar nos próximos meses. "Pegando esse
número, aquilo que você espera para uma diminuição da inflação está
sendo atendido", disse Barbutti.
Para o Banco Central (BC), a inflação começará a perder força neste fim
de ano e convergirá para o centro da meta do governo --de 4,5% pelo
IPCA-- em 2012. Muitos agentes econômicos, no entanto, são céticos
quanto a esse cenário. A elevada inflação é um dos principais elementos
de dúvida do mercado quanto ao recente ciclo de afrouxamento monetário
iniciado pelo BC.
Ainda assim, a expectativa é de que o BC implemente novos cortes sobre a
Selic --hoje em 11,50% ao ano--, após duas quedas seguidas, em agosto e
outubro, que totalizaram 1 ponto percentual.
Recentes sinais de desaceleração, ou mesmo recuo, em indicadores
econômicos vêm respaldando visões de que a taxa pode cair mais que 0,50
ponto percentual já na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária
(Copom) ou de que o ciclo de afrouxamento monetário possa se estender
além do antecipado.
O IBGE reportou também que o emprego na indústria do Brasil teve
variação negativa de 0,4 por cento em setembro sobre agosto, devolvendo a
alta de 0,4 por cento registrada nesse mês.
Problemas técnicos no IBGE
A divulgação do IPCA e do emprego na indústrial brasileira estava
prevista para as 9h de sexta-feira, mas uma falha no sistema de
publicação do IBGE acabou disponibilizando os números a alguns usuários
na noite desta quinta-feira.
"Por este motivo e de acordo com o princípio de igualdade de acesso à
informação pública, o IBGE está divulgando hoje", afirmou o instituto em
nota, referindo-se aos indicadores.
(Com informações da Reuters)
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