BERLIM - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou nesta quinta-feira sua oposição a um papel maior para o Banco Central Europeu (BCE) na resolução da crise de dívida da zona do euro, dizendo que é preciso ação política. "Eu estou convencida de que apenas soluções políticas podem resolver a situação", disse Merkel durante evento em Berlim. "Se os políticos acham que o BCE pode resolver a crise do euro, eles estão equivocados", disse ela, acrescentando que não resolveria se o BCE assumisse o papel de um credor de último recurso. A chanceler também encorajou o novo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, a adotar medidas imediatas para implementar as reformas e restaurar a confiança dos mercados no país, que é a terceira maior economia da zona do euro. "Você assumiu em um período difícil para o seu país e para a zona do euro em geral, e existem muitas esperanças e expectativas depositadas em você", escreveu Merkel em uma carta na qual parabeniza Monti pelo novo cargo. "Seria conveniente que você e seu país decidissem e implementassem reformas decisivas e significativas", acrescentou a líder alemã.
Ontem, Merkel afirmou que a Alemanha ainda está pressionando por mudanças no Tratado de Lisboa, para forçar países endividados a cumprirem as regras da zona do euro. "Nós ainda não demos uma resposta suficiente para as questões que nos aguardam no futuro", comentou em uma entrevista ao lado do primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny.
Itália
Monti tomou posse oficialmente como primeiro-ministro da Itália na tarde desta quarta-feira, 16, em cerimônia comandada pelo presidente Giorgio Napolitano, chefe de Estado. A cerimônia no palácio presidencial ocorreu algumas horas após Monti formar um novo governo, cujo objetivo principal será resgatar a Itália da crise da dívida e evitar o colapso econômico.
O economista prometeu ser fiel ao país, respeitar a Constituição e trabalhar pelo interesse da Itália. Ele então apertou a mão de Napolitano. A cerimônia acabou formalmente com o terceiro governo do ex-premiê Silvio Berlusconi, que começou em 2008, bem como com os 17 anos de hegemonia do magnata midiático sobre a política italiana.
O novo primeiro-ministro também anunciou nesta quarta os nomes dos ministros que farão parte do governo interino. O próprio Monti vai acumular o cargo de ministro de Economia. Os outros ocupantes do primeiro escalão vêm do mundo acadêmico e também do setor privado. Corrado Passera, executivo-chefe do banco italiano Intesa Sanpaolo, será ministro da Indústria, posto que estará "no centro" dos esforços para retomar o crescimento econômico, segundo o premiê.
A expectativa é de que o novo gabinete adote medidas para impulsionar a economia italiana e também para reduzir a dívida de 1,9 trilhão de euros do país.
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