O agravamento da crise na Europa, além dos primeiros sinais de
desaquecimento da economia brasileira, "engavetou" boa parte das
operações de fusão e aquisição envolvendo empresas no Brasil.
No terceiro trimestre, só foram anunciadas 25 operações, que somaram R$
23,3 bilhões, segundo a Anbima (associação das entidades do mercado de
capitais). É o pior desempenho desde o segundo e o terceiro trimestre de
2008, que registraram R$ 16,4 bilhões e R$ 15,3 bilhões,
respectivamente.
No período, as duas maiores operações envolveram empresas de origem
asiática. A maior foi a compra de 50,45% da Schincariol pela japonesa
Kirin, que movimentou R$ 4,7 bilhões.
Outro negócio relevante foi a compra de participação na Companhia
Brasileira de Metalurgia e Mineração por um consórcio de empresas
chinesas por R$ 3,1 bilhões.
"Esse desempenho no trimestre foi uma surpresa. Não significa que a
gente não esteja trabalhando em grandes operações de fusão. Elas foram
postergadas até que o cenário fique mais previsível", disse Bruno
Amaral, coordenador do comitê de fusões e aquisições da Anbima.
No ano, as operações envolvendo fusões e aquisições somam R$ 100,8 bilhões -33,1% menos do que no mesmo período de 2010.
As maiores fusões ocorreram no ramo de tecnologia e telecomunicações -a
reestruturação societária da Telemar (R$ 20,8 bilhões) e a incorporação
da Vivo pela Telesp (R$ 11,3 bilhões).
O "tíquete médio" das fusões também caiu, passando de R$ 1,4 bilhão em 2010 para R$ 1 bilhão em 2011.
Para 2012, a expectativa é de recuperação nos negócios. "O quarto
trimestre já está melhor do que o anterior. É claro que grandes
operações vão demorar um pouco mais, mas a expectativa é que 2012 possa
ser melhor", disse.
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