14 de abril de 2010
Jornal do Brasil (RJ)
Primeiro Caderno
A inadimplência do consumidor aumentou 13,9% no mês de março, segundo o indicador da Serasa Experian divulgado ontem. De acordo com economistas do Serasa, a alta deve-se ao encerramento do prazo de pagamento para algumas despesas típicas de início de ano, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e gastos com matrícula, uniforme e material escolar.
Além disso, a alta dos preços dos alimentos reduziu os recursos disponíveis do consumidor para honrar suas dívidas, dizem os analistas. O mês de março ainda teve cinco dias úteis a mais que fevereiro, o que também teria contribuído para maiores gastos e mais inadimplência.
No confronto com o mesmo mês no ano passado, houve recuo de 9,1%, o maior entre meses de março desde 2000. O indicador também registrou queda de 6,7% no primeiro trimestre, a maior redução contabilizada no período desde o início da série histórica, em 2000.
Segundo os economistas da Serasa, a diminuição se deve à boa conjuntura econômica, com mercado aquecido, geração de empregos e evolução na renda. No mesmo período em 2009, no entanto, o Brasil vivia o auge da crise econômica mundial, por isso a base de comparação é fraca.
Para os economistas da Serasa, a perspectiva é de que a inadimplência continue em queda no acumulado do semestre, com possível pressão sobre o indicador na segunda metade do ano, decorrente do maior endividamento da população e da elevação dos juros.
As dívidas com bancos seguem sendo responsáveis pela maior parte da inadimplência registrada no indicador (48,4%) no acumulado do primeiro trimestre, seguidas por pendências com cartões de crédito (32,6%) e cheques sem fundos (16,9%).
Com agências
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