Folha de S.Paulo (SP)
Em votação, Senado não alcançou mínimo de votos para dar início aos debates sobre as mudanças
Depois do resultado, o presidente dos EUA, Barack Obama, expressou "profunda decepção'; governo quer maior controle sobre bancos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Partido Republicano conseguiu ontem adiar os debates sobre a reforma no sistema financeiro dos Estados Unidos. Em votação no início da noite, 57 senadores se colocaram a favor do início das discussões, ante 41 que se posicionaram contra. Com o placar, os democratas não lograram os 60 votos mínimos para dar andamento aos debates sobre a maior mudança nas regras de regulação do sistema financeiro desde a Grande Depressão.
Os democratas acreditavam que a pressão pública e a repercussão de escândalos envolvendo instituições financeiras acabariam por acelerar o processo. Até uma parte dos republicanos chegou a expressar a expectativa de que um projeto de lei poderia ser aprovado.
Após o resultado de ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, expressou "profunda decepção" e pediu que os senadores colocassem os interesses do país à frente dos interesses do partido. "Alguns senadores parecem acreditar que essa obstrução é uma boa estratégia política, e outros podem ver o adiamento como uma oportunidade para debater em portas fechadas, enquanto os lobistas da indústria financeira podem prejudicar a reforma ou matá-la completamente", disse Obama, para quem a reforma no sistema financeiro tem prioridade depois da reforma no sistema de saúde.
Os projetos de reforma tanto na Câmara como no Senado, que têm como objetivo evitar a recorrência do colapso do sistema financeiro ocorrido em 2008, preveem a criação de mecanismos de liquidação de instituições problemáticas, o estabelecimento de um conselho para detectar ameaças ao sistema e a criação de uma agência de proteção aos consumidores que monitore os empréstimos.
Goldman
Ontem, o presidente-executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse que o banco, que foi acusado de montar um fundo para apostar na queda dos preços dos imóveis nos EUA, não teve uma posição contra o mercado imobiliário. "Com certeza, não apostamos contra nossos próprios clientes", afirmou.
--------------------------------------------------------------------------------
Com agências internacionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário