13.4.10

Governo quer votar pré-sal no Senado mesmo sem ter acordo

13 de abril de 2010

Folha de S.Paulo (SP)

Projeto que cria nova estatal do petróleo será teste de força para Planalto

NOELI MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal vai insistir no regime de urgência de 45 dias na tramitação dos projetos do pré-sal no Senado apesar dos apelos de oposicionistas e integrantes da base aliada.
O projeto de lei que cria a Petro-Sal será o primeiro teste de força do Planalto. A proposta entrou na pauta da Casa sem ter ido à votação nas comissões do Senado. Pelo prazo, deve ser votada até o dia 18, quando passa a trancar a pauta da Casa.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o governo está cometendo um erro ao insistir na urgência, "querendo tratar como circunstancial algo que é de longo prazo".
Os tucanos, que ameaçam obstruir a votação no plenário se a urgência não for retirada, vão defender que a criação de uma nova estatal para o petróleo é inconstitucional.

Discussões da proposta
No âmbito da CCJ (Comissão de Constituição de Justiça), onde a constitucionalidade da matéria deveria ter sido debatida, as discussões se limitaram ao requerimento do relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE), para adiar a análise do assunto.
Para o tucano, não faz sentido decidir sobre a empresa que irá administrar os recursos enquanto o novo regime de partilha não for aprovado.
Segundo o projeto aprovado na Câmara, a estatal será responsável pela gestão de contratos de partilha de produção e comercialização de petróleo, sob o novo modelo de partilha proposto pelo governo. A empresa não terá envolvimento na exploração das reservas nem na produção e comercialização dos produtos.
Na Comissão de Infraestrutura, o relator Paulo Duque (PMDB-RJ) deu parecer favorável à aprovação do projeto. O nome da estatal deve ser mudado para PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), segundo a única emenda acatada por Duque.
A marca Petro-Sal não poderá ser usada porque já está registrada, de acordo com o autor da emenda, Romero Jucá (PMDB-RR).
Duque também defende o fim da urgência e reclama do fato de não ter debatido o projeto com os demais colegas na comissão.

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