18.6.10

Agência ameaça baixar nota da Petrobras

18 de junho de 2010

Folha de S.Paulo (SP)

Aumento da endividamento e novas de regras de exploração elevam chances de rebaixamento, afirma Fitch

Para diretor financeiro da Petrobras, não há razão que justifique especulação negativa sobre nota da empresa

PEDRO SOARES
DO RIO

O diretor da agência de classificação de risco Fitch, José Luis Villanueva, disse ontem que "é mais provável" a Petrobras ter um rebaixamento de sua nota de risco após a aprovação das novas regras para exploração de petróleo e por conta do aumento da dívida da companhia.
"A probabilidade de uma ação de "rating" positivo é menor do que uma ação de rating negativo", disse o executivo a investidores em Nova York. A Presidência da República não comentou.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, rejeita tal avaliação: "O "rating" da Petrobras é estável, sem previsão de aumento ou redução, segundo avaliação da própria Fitch. Não vemos razão que suporte especulações negativas".
Uma das principais preocupações da Petrobras ao lançar seu plano de capitalização foi justamente evitar o rebaixamento de sua nota de risco, hoje em nível de investimento -o que abre espaço para uma gama maior de investidores comprarem ações e títulos de dívida.
Isso porque o endividamento da companhia como proporção de seu valor de mercado está perto do teto de 35% definido pelas agências de classificação de risco para empresas grau de investimento. A relação bateu em 32% no primeiro trimestre. O endividamento total da companhia foi a R$ 61 bilhões.
Com a aprovação do Congresso, a estatal espera obter entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões no mercado -já com a fatia aportada pela União, por meio das reservas inexploradas do pré-sal.
Outro receio do mercado é a imposição do novo marco legal para o pré-sal -de que a Petrobras seja detentora de, pelo menos, 30% de todos os blocos-, o que aumentará muito a necessidade de captação de recursos para investimento e poderá afetar os indicadores de solvência da companhia.

Com agências de notícias

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