Como detentora das maiores reservas internacionais do mundo, China é um dos poucos governos com dinheiro suficiente para comprar uma porção da dívida europeia
China é um dos poucos governos com dinheiro suficiente para
comprar uma porção considerável da dívida do governo europeu e ajudar a tirar a
região do mal-estar econômico
VIENA - A China continuará fazendo parte dos esforços internacionais para
ajudar a Europa a enfrentar a crise, disse a vice-ministra das Relações
Exteriores do país, Fu Ying, neste sábado, rejeitando a ideia de que Pequim
apenas observava enquanto a região sofria.
"A China será parte do esforço internacional para ajudar a Europa. Já
fizemos muito, participamos bastante e os europeus sabem disso", ela disse
a jornalistas nos bastidores de uma conferência em Viena. Questionada como a
China ajudaria, disse: "Queremos investir, estamos importando mais,
estamos enviando delegações para comprar, adquirir, que ajudarão a criar
empregos, que ajudarão a estimular a economia. A China vai continuar sendo
parte do esforço porque estamos interligados, somos interdependentes. Estamos
nisso juntos. Estamos no mesmo barco", disse ela.
Como detentora das maiores reservas internacionais do mundo, a China é um
dos poucos governos com dinheiro suficiente para comprar uma porção
considerável da dívida do governo europeu e ajudar a tirar a região do
mal-estar econômico.
Partidários desta ideia dizem que a China estaria se ajudando se auxiliasse
a zona do euro, porque iria permitir que Pequim diversificasse suas reservas em
dólar e incentivaria o crescimento econômico no maior mercado exportador da
China.
A China recebeu de forma fria essas sugestões e não se comprometeu publicamente
em contribuir para um fundo de resgate da Europa, apesar de ter sido cortejada
pelo chefe do fundo no mês passado.
Fu disse em Viena que a ideia da China dar "ajuda" à Europa era
frequentemente mal compreendida.
"Quando é traduzida para o mandarim, parece como ajuda ao
desenvolvimento e não é isso o que estamos dizendo", disse. "O que
queremos fazer é ser parte do esforço para estimular a economia", disse,
acrescentando que a China esperava aumentar suas importações da Europa no próximo
ano.
"A China tem 120 milhões de pessoas vivendo com um dólar por dia, então
não é o tipo de país rico o bastante para falar em salvar outros. Isso não quer
dizer que a China está tentando ficar longe deste esforço global... somos todos
interdependentes", disse.
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