25.2.13

BC está atento e cuidadoso com comportamento da inflação, diz Tombini

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta segunda-feira que a instituição está atenta ao comportamento da inflação, acompanhando com cuidado a trajetória dos preços.
Ao discursar em um evento em Nova York, Tombini voltou a repetir que a inflação tem mostrado “resistência” nos últimos meses, mas reiterou a avaliação de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses vai recuar no segundo semestre.
A fala de Tombini foi bastante parecida com o discurso feito na quinta-feira passada, na Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign. Ele disse que a inflação está sob pressão e mais resistente nos últimos poucos meses, como fez na semana passada, mas acrescentou que o BC tem que seguir cuidadosamente a trajetória dos preços.
Segundo o presidente do BC, a forte alta dos preços de alimentos e o efeito da desvalorização do câmbio pressionaram a inflação, que acumula alta superior a 6% nos últimos 12 meses, se aproximando do teto da banda de tolerância, de 6,5%.
Tombini reforçou, contudo, os fatores que devem fazer o IPCA desacelerar no segundo semestre, quando se analisa o acumulado em 12 meses. Os preços de alimentos devem subir menos, em um cenário em que a safra de grãos deve crescer de 14% a 15%; a taxa de câmbio não vai se desvalorizar como em 2012; o crédito vai crescer a uma taxa moderada; o salário mínimo teve neste ano um aumento menor do que no ano passado, colocando menos pressão sobre os serviços. Há também um efeito estatístico, já que a inflação ficou mais pressionada no segundo semestre de 2012.
A pouco mais de uma semana da próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), Tombini também disse que a economia vai acelerar neste ano e que há estímulos monetário e financeiro implementados que ainda não produziram todo o efeito sobre a atividade.

Prioridade é inflação
Nesta segunda-feira, os mercados financeiros domésticos repercutem as declarações feitas por Tombini em entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, publicada pelo Valor, na qual afirmou que a prioridade do BC é combater a inflação e não estimular o crescimento econômico.

22.2.13

Criação de empregos formais tem pior resultado para janeiro em 4 anos


No mês passado, foram criados 28,9 mil postos formais, segundo o Caged.
Na comparação com janeiro de 2012, abertura de vagas recuou 75,7%.


Em janeiro deste ano, foram criados no país 28,9 mil empregos com carteira assinada, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho
Isso representa uma queda de 75,7% na comparação com janeiro de 2012, quando foram abertas 118.895 vagas formais de trabalho. É também o pior resultado, para meses de janeiro, desde 2009, quando foram fechadas 101.748 vagas. Naquele momento, o país passava pela primeira etapa da crise financeira internacional.
O número de empregos formais criados em janeiro deste ano também ficou distante do recorde para o período, registrado no primeiro mês de 2010 – quando foram abertas 181.419 vagas com carteira assinada. Os números de janeiro de cada ano não foram ajustados para incluir empregos declarados fora do prazo formal. 
Resultado 'ruim' e medidas de estímulo
O diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, admitiu que a criação de empregos formais em janeiro deste ano foi "tecnicamente ruim", e abaixo do esperado. A equipe técnica do Ministério do Trabalho esperava a criação de cerca de 100 mil vagas no primeiro mês deste ano.
"Não é péssimo porque foi positivo (...) Indica uma perda de dinamismo do emprego, já apontada em 2012. Acredito que as medidas que o governo tomou vão mostrar seu efeito no curto prazo, ainda neste primeiro semestre", afirmou Torelly, acrescentando que a previsão para este ano, de 1,7 milhão de vagas, ainda está mantida. Entretanto, ele admite que "ficou mais difícil" atingir este valor em 2013.
Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, no ano passado, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis e, também, a desoneração da energia elétrica para consumidores residenciais e industriais.
Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.
. "Esse número na geração de empregos decorre dos efeitos da crise internacional. Houve um desaquecimento da economia no mundo inteiro. O Brasil, mesmo assim, conseguiu responder aos efeitos da crise, gerando um saldo positivo de empregos", declarou o ministro do Trabalho, Brizola Neto, no mês passado.
Segundo os números do governo federal, a indústria de transformação foi o setor que mais contratou em janeiro deste ano, com a abertura de 43,37 mil empregos formais, um aumento frente a janeiro de 2012 (+37,46 mil vagas).
Em segundo lugar, aparece a construção civil, com a criação de 33,42 mil vagas com carteira assinada no primeiro mês deste ano, valor que é menor do que a criação de 42,19 mil vagas abertas em janeiro de 2012. No caso do setor de serviços, houve a abertura de 14,74 mil empregos em janeiro deste ano, contra a criação de 61,46 mil empregos no mesmo período do ano passado.
O comércio, porém, fechou 67,45 mil vagas em janeiro de 2013, valor que supera em muito o fechamento de vagas registrado pelo setor em janeiro do último ano (-36,34 mil postos formais), ao mesmo tempo em que as demissões na agricultura superaram as contratações em 622 no primeiro mês deste ano. Já a indústria extrativa mineral registrou a abertura de 454 vagas, segundo os números do Ministério do Trabalho.
"Quando a gente olha este resultado por dentro, a indústria e a construção civil são positivos. A indústria teve um resultado melhor do que o do ano passado, e o quarto melhor para janeiro da história da indústria. Isso é um bom sinal. Por outro lado, o comércio teve o pior janeiro desde o início da série histórica, em 1992", declarou Torelly, do Ministério do Trabalho.
Distribuição geográfica dos empregos
Por regiões do país, ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou por conta do Sul, com 48,84 mil postos formais abertos em janeiro. Em segundo lugar, aparece a região Centro-Oeste, com a abertura de 16,33 mil vagas com carteira criadas no primeiro mês deste ano.
A região Sudeste, por sua vez, fechou 1.583 empregos em janeiro de 2013, enquanto que o Norte registrou a demissão de 5.495 trabalhadores no primeiro mês deste ano. A região Nordeste, por sua vez, fechou 29,2 mil postos de emprego com carteira assinada no mês passado.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/02/criacao-de-empregos-formais-soma-289-mil-em-janeiro-menor-em-4-anos.html

O nosso diferencial


As formas de relacionamento dos sindicatos de trabalhadores com as empresas, especialmente no setor industrial que começa a dar sinais de reativação dos investimentos, terão influência decisiva na manutenção dos baixos índices de desemprego em 2013, entre nós. Enquanto algumas das mais afluentes economias do mundo fracassaram em 2012 na tentativa de criar (melhor seria dizer, recriar) vagas para reduzir o enorme contingente de 40 milhões de desempregados, com índices de até 25% da força de trabalho, o Brasil terminou o ano com uma taxa de 5,5% de desemprego. E a renda salarial em alta, o que nos colocou em uma situação absolutamente privilegiada diante do mundo. Esse foi o nosso diferencial mais importante, apesar do fraco crescimento do PIB.
A economia está crescendo menos, mas com distribuição um pouco melhor da renda e sem questões graves de emprego em praticamente todas as regiões do País. Há casos localizados, como a redução de vagas (mais de 30 mil postos de trabalho em 2012) em setores da indústria metalmecânica no ABC paulista, causa preocupação maior por serem postos especializados, com produtividade média muito superior à do restante da indústria metalúrgica no Brasil. Era, no entanto, um fenômeno previsível, igual a qualquer lugar do mundo onde o sindicato é muito forte, e as negociações são duras e se realizam em condições sempre difíceis.
Houve um reposicionamento da produção metalúrgica, em geral, e, particularmente, da automobilística, em todo o mundo, pondo em evidência as diferenças entre níveis de salários e de produtividade conforme a região.
Não acontece de modo diferente no Brasil. O trabalhador da indústria no ABC tem piso salarial mensal de 1,6 mil reais. Em Curitiba, em torno de mil reais, uma variação enorme. Não há uma diferença substancial de produtividade nesses setores, mas enquanto o salário médio no ABC é de 4,2 mil reais, em Curitiba é de 2,6 mil. Na indústria em Pernambuco, a situação é ainda mais complicada, e os diferenciais são muito grandes. É o mesmo caso de São José dos Campos, onde o piso é um pouco abaixo de mil reais, mas com salário médio praticamente igual ao de São Bernardo, de 4 mil reais.
Essas circunstâncias, determinadas por inúmeros fatores, produziram a realocação da indústria automobilística e as diferentes situações enfrentadas por elas ao lidar com o ambiente de trabalho.
É por isso que vejo como uma coisa muito inteligente a proposta da CUT de fazer entendimentos nas fábricas, reunindo uma comissão representativa dos trabalhadores, digamos, do “chão de fábrica” (a “peãozada”, de que fala Lula) e os representantes da empresa, para discutir as condições que realmente contam. Por exemplo, como criar um banco de horas, como facilitar formas de preparação profissional, o aprimoramento técnico a ser adicionado, enfim as condições que são próprias e só permitem o entendimento dentro daquela empresa.
Isso é o oposto do que pretendem setores sindicais que cogitam da “instituição de um contrato coletivo nacional”. Não é algo adequado insistir na unificação, uniformizar condições. O que é inteligente é procurar tirar proveito das melhores possibilidades devidas à localização e das produtividades que são totalmente diferentes. Com produtividades diferentes, os salários serão diferentes. Se mantiver essa flexibilidade, é possível encontrar os locais onde se produzirão os automóveis da maneira mais econômica, atendendo não somente o trabalhador da indústria, mas também o consumidor.
Governos, não apenas o federal, mas os estaduais e municipais, não deveriam deixar de aproveitar a situação verdadeiramente privilegiada em que nos encontramos no campo das relações de trabalho para ativar e estimular os entendimentos diretos de sindicatos e empresas, antecipando-se às pressões que estão começando a crescer no mercado de trabalho.
Houve uma mudança importante na estrutura da oferta de mão de obra, especialmente no setor de serviços, onde ela tem sido menor que a demanda e isso acaba mesmo por pressionar a inflação que, obviamente, não interessa a nenhum administrador e muito menos ao consumidor.
Fonte:http://www.cartacapital.com.br/economia/o-nosso-diferencial/

Com queda na conta de luz, prévia da inflação desacelera para 0,68% em fevereiro


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, teve alta de 0,68% em fevereiro, menor que a de 0,88% registrada em janeiro. O principal motivo da desaceleração foi a queda na conta de luz. 
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
Com isso, nos últimos 12 meses, a inflação subiu para 6,18%. 
A meta de inflação do governo é de 4,5% pelo IPCA (índice oficial da inflação), com margem de mais ou menos dois pontos percentuais. Em janeiro, a inflação oficial do país atingiu a maior taxa mensal em quase oito anos, ao subir 0,86%, e acumulando 6,15 por cento.

Queda na conta de luz foi principal influência

Segundo o IBGE, o principal destaque foi a queda de 13,45% nas contas de energia elétrica, item que exerceu o impacto mais significativo para a desaceleração do índice, retirando 0,45 ponto percentual do resultado. Sem isso, a inflação no mês teria superado 1%.
A tarifa elétrica compensou os aumentos de 2,26% nos valores do aluguel e de 1,33% do condomínio em fevereiro, fazendo com que as despesas do grupo habitação recuassem 2,17%, ante alta de 0,74% em janeiro. 
Segundo o IBGE, o grupo Educação registrou a maior alta neste mês, de 5,49%, ante 0,33% em janeiro. A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou um pouco no período, com alta de 1,74%, ante avanço de 1,45%.
Já as Despesas Pessoais mostraram desaceleração, com alta nos preços de 1,15% em fevereiro, ante 1,8% do mês anterior.

Governo tem como desafio controlar a inflação

Com o objetivo de ajudar a controlar a inflação e estimular a economia, o governo reduziu as tarifas de energia em 18% para consumidores residenciais e em até 32% para consumidores industriais, agrícolas e comerciais.
A aceleração da inflação vêm alimentando apostas de alta ainda no primeiro semestre da taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano, usada para controlar a inflação. Também há expectativa de que o governo faça intervenções para influenciar a cotação do dólar, como ferramenta para contenção dos preços.
Mas na quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação no Brasil está sob controle e deverá fechar 2013 em torno de 5,5%, citando projeções de mercado. A expectativa do mercado em pesquisa do BC é de alta de 5,7% em 2013.
O BC reduziu a Selic para a mínima recorde de 7,25%, e indicou que a manteria baixa por um período "suficientemente prolongado". Mas já admite ajustar a política monetária, com o próprio presidente da entidade, Alexandre Tombini, afirmando que isso será feito se necessário.
Ainda assim, o mercado mantém por enquanto a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros, de acordo com o Focus.
Fonte:http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/02/22/previa-da-inflacao-sobe-em-fevereiro-e-acumula-alta-de-618-em-12-meses.htm

Pressões explosivas no sistema monetário internacional


O sistema monetário internacional deve ser reformado pela raiz. Do contrário, seguirá sendo fonte de pressões explosivas na economia mundial. Enquanto não se corrigir sua estrutura e, em especial, o papel hegemônico do dólar estadunidense, persistirão as fontes de tensões econômicas e a recuperação será mais difícil. O artigo é de Alejandro Nadal.

18.2.13

Papel do Estado e do setor privado no desenvolvimento

Aos poucos o país vai encontrando o meio termo pragmático para a questão dos investimentos e da operação de ativos públicos.
Houve enorme radicalização pró-Estado no regime militar; enorme radicalização para eliminar o Estado, no período posterior.
Agora, a própria necessidade de produzir resultados vai levando a política econômica a um meio termo pragmático, mas que necessitará de ajustes: o avanço das concessões e das parcerias público-privadas.
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De fato, o ativismo econômico do governo funciona quando se trata de fazer leis, definir subsídios e verbas orçamentárias – ou seja, algo que dependa da vontade e da caneta.
Quando se entra no plano operacional, esbarra-se em uma parafernália burocrática, que impede qualquer ação mais eficaz.
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Por isso mesmo, a atuação do governo tem que ser no plano estratégico, fiscal e financeiro, em parceria com a sociedade civil – empresas, organizações sociais e movimentos populares, cada qual em sua área de atuação.
Por exemplo, o Ministério da Integração Nacional está lançando um plano de irrigação que prevê a licitação não apenas da construção mas da operação do sistema. Fala-se na ampliação da gestão privada de presídios. Na campanha de 2006, falou-se muito em manejo florestal na Amazônia, com áreas sob responsabilidade de empresas, respondendo civil e criminalmente por qualquer dano ambiental.
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Esse tipo de política acaba provocando duas reações distintas nos grupos mais radicais. Do lado dos mercadistas, a reação contra toda forma de regulação; do lado dos estatistas, a reação contra toda forma de privatização.
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O meio termo virtuoso é definir claramente qual é o papel do Estado e das organizações civis.
Por exemplo:
  1. Consultada a sociedade civil, cabe ao Estado formular as políticas, definir as prioridades e as ferramentas de indução. Por exemplo, pode privatizar os serviços de hotelaria de presídios; mas preservar a prerrogativa da aplicação das penas.
  2. O Estado não pode abrir mão da função regulatória. Todos os contratos precisam de indicadores precisos de desempenho e de cobrança rígida de qualidade.
  3. É possível criar organizações públicas eficientes, mas em áreas específicas. Por exemplo, empresas para trabalhar a política industrial, como a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) ou a recém-criada Embrapi. Mas desde que com funções claramente definidas e com parceria total com o setor privado. os próprios órgãos de fomento, como a Finep e o BNDES cumprem papel relevante.
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E aí entra o papel das agências reguladoras. Há que se promover uma reformulação urgente no seu papel, criando formas de impedir sua apropriação pelos regulados.
Analise-se a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). Há uma rotatividade entre seus funcionários e empresas do mercado que comprometem completamente sua autonomia. Essa é a razão de que, nas raras vezes em que aumentou as exigências sobre as operadoras, ter definido ações de correção inócuas, apenas para enganar a Presidente da República.
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Por isso mesmo, o atual movimento de ampliação das concessões e PPPs exigem urgência na reformulação das agências reguladoras.

Fonte - http://www.cartacapital.com.br/economia/papel-do-estado-e-do-setor-privado-no-desenvolvimento/

15.2.13

Era uma vez um império que fazia cinema


Ao contrário da época em que o Oscar foi criado, em 1929, e sobretudo do período após a Segunda Guerra, hoje Hollywood padece da mesma anemia de poder que se apoderou do império norte-americano. Embora não tenha deixado de impor valores culturais ao mundo, o glamour de suas estrelas já não brilha como antes, e seu modelo de narrativa já não produz tanto impacto.

Atraso menor é alvo de segundo pacote de obras


Apesar de a primeira etapa ainda estar em andamento e com possíveis atrasos, o governo prepara outra rodada de ampliação da malha de transportes, com novos pacotes de obras em rodovias, ferrovias e hidrovias.
A EPL (Empresa de Planejamento em Logística), vinculada ao Ministério dos Transportes, começa a planejar os projetos que vão ser trabalhados para o ano que vem.
Segundo Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, o órgão vai entregar à presidente Dilma Rousseff uma "prateleira cheia de projetos", a partir de 2014, com todas as licenças possíveis para que o governo, após encerrar o processo de concessão em curso, possa iniciar logo uma nova rodada de obras.
Segundo ele, essa prateleira faria reduzir para poucos meses o prazo entre a decisão do governo de criar ou ampliar uma via e o início efetivo da obra, hoje nunca menor que um ano e meio.
"Vamos colher neste ano o que plantamos em 2012, mas não podemos ficar parados ou não haverá colheita em 2014", disse Bernardo.
Para isso, a empresa reuniu os principais estudos realizados na área de transportes ao longo dos últimos anos pelo governo e por entidades como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Estão sendo identificadas obras de rodovias, ferrovias e hidrovias consideradas prioritárias em todos os estudos e que já não estejam contempladas nos programas de obras públicas do governo.
O plano é que, no mês que vem, a EPL peça autorização ao Conit (Conselho Nacional dos Transportes), gerido pelo Ministro dos Transportes, para começar a preparar os estudos de viabilidade e ambientais para alguma obras.
A primeira rodada de projetos foi anunciada no segundo semestre de 2012 com estimativa de gastos de R$ 140 bilhões. Na semana passada, sofreu mudanças que deverão atrasar o compromisso inicial de ter os 21 contratos de rodovias e ferrovias assinados até agosto.

Câmbio não será instrumento para controlar inflação, diz Mantega


O câmbio no Brasil está num patamar bastante razoável e "dá certa competitividade" à indústria, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Se dizendo satisfeito com o patamar atual, ele disse que a apreciação da moeda norte-americana registrada no início deste ano, quando a cotação do dólar saiu de algo em torno de R$ 2,10 para um nível ligeiramente abaixo de R$ 2, ocorreu "dentro de uma margem razoável".

"Estamos com câmbio que dá certa competitividade para as exportações brasileiras e que não permite tanta invasão de produtos a preços artificialmente baixos", afirmou.
Pouco antes de iniciar os debates com os países parceiros do G-20, na Rússia, onde a manipulação da taxa de câmbio é um dos temas em pauta, Mantega negou que o governo trabalhe com uma meta para cotação do dólar. "Não há meta", afirmou o ministro.

INFLAÇÃO PREOCUPA
O ministro disse ainda que o câmbio não será instrumento para controlar inflação e que os juros ainda são a principal arma do Banco Central contra alta de preços.
Segundo ele, suas declarações nas últimas semanas --que foram na direção oposta às atuações do BC no mercado de câmbio-- foram justamente para tentar desfazer a ideia que começou a ganhar força no mercado financeiro de que o governo usará a apreciação da moeda, que favorece importações, para tentar segurar a alta dos preços.
O ministro admitiu que sempre que a inflação ultrapassa o centro da meta, isso é uma preocupação para o governo e deixou claro que o BC tem espaço para agir.
"[Inflação] acima do centro da meta já acende o sinal de alerta e o governo fica atento para ver se não vai sair de controle", disse.
"O BC tem que ficar vigilante e se a inflação não ceder espontaneamente, tomará as devidas providências", destacou.
Questionado se isso pode significar alta de juros ano, disse que esse é assunto do BC.
No entanto, o ministro argumentou que o governo vem adotando medidas para tentar minimizar a recente alta de preço. Uma delas, a redução do preço da energia, terá impacto no índice oficial de inflação, o IPCA, de fevereiro.
"Temos que distinguir fatores sazonais de fatores estruturais, que são mais preocupantes. Não vejo fatores estruturais", argumentou. Para o ministro, o cenário para inflação tende a melhorar ao longo do ano.

7.2.13

Ministro britânico exorta banqueiros a pagar multa por fraudar Libor


O Ministro de Negócios da Grã-Bretanha Vincent Cable disse ontem que os banqueiros que manipularam a taxa básica de juros Libor em um dos maiores escândalos financeiros recentes do país devem ser obrigados a pagar do próprio bolso as multas cobradas por órgãos reguladores americanos e britânicos.
As observações foram feitas em meio a rumores de que o Royal Bank of Scotland (RBS) pode ser multado em até US$ 627 milhões por sua participação no escândalo.
Com a crise financeira internacional, o RBS foi alvo de um pacote de resgate do governo e, por isso, hoje 81% das ações do banco estão nas mãos do Estado.
O receio que tem sido levantado pela imprensa britânica é que o contribuinte do país termine sendo onerado pela multa cobrada em função dos abusos cometidos por funcionários do alto escalão do banco.
Cable disse que a multa deve ser paga com os bônus de funcionários do RBS, mas reconheceu que o governo não tem poderes para obrigar o banco a fazer isso.