7.12.12

Inflação oficial fica em 0,60% em novembro, aponta IBGE


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a "inflação oficial" do país, por ser usado como base para as metas do governo, passou de 0,59% em outubro para 0,60%, em novembro, segundo informou, nesta sexta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro de 2011, a taxa havia ficado em 0,52%.
No ano, o indicador acumula alta de 5,01% - taxa infeiror aos 5,97% verificados no mesmo período de 2011. Em 12 meses, o IPCA ficou em 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.
Na passagem de outubro para novembro, o maior índice foi registrado em Belém (1,27%) e o menor, em Brasília (0,35%).
Ainda que tenham continuado em alta, os preços dos alimentos subiram menos de outubro para novembro: de 1,36% para 0,79%. O maior destaque ficou com o preço das carnes, cuja taxa de variação recuou de 2,04% para 0,40%.
Também mostraram desaceleração de preços os grupos vestuário (de 1,09% em outubro para 0,86% em novembro) e saúde e cuidados pessoais (de 0,48% para 0,32%). Educação (0,05%) e comunicação (0,31%) ficaram com resultados idênticos aos do mês anterior.
Na contramão, a taxa do grupo transporte subiu para 0,68%, contra alta de 0,24% em outubro, influenciado, principalmente, pelas passagens aéreas, cujos preços aumentaram, em média, 11,80% a mais em novembro.
Os preços relativos à habitação também subiram, de 0,38% para 0,64%, com destaque para o preço da energia elétrica, que, depois de cair 0,24%, subiu 1,38% em novembro.
O grupo de despesas pessoais também viu seus preços reajustados para cima, passando de 0,10% em outubro para 0,53% em novembro. As maiores influências partiram dos empregados domésticos, cuja variação passou de -0,16% para alta de 0,66%, e excursão, que foi de 0,98% para 6,55%.
No grupo artigos de residência, a taxa de variação foi de 0,37% em outubro para 0,47% em novembro, com destaque para o item mobiliário (de 0,58% para 1,11%).
INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,54% em novembro, taxa 0,17 ponto percentual abaixo do resultado de 0,71% de outubro. O acumulado do ano foi para 5,42%, abaixo da taxa de 5,54% relativa a igual período de 2011. Nos últimos 12 meses, o índice situou-se em 5,95%, abaixo dos doze meses imediatamente anteriores (5,99%). Em novembro de 2011 o INPC ficou em 0,57%.



'Economist' foi 'precipitada' ao sugerir saída de Mantega, diz Pimentel


O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta sexta-feira (7) que a revista britânica “The Economist” foi “um pouco precipitada” ao afirmar que a presidente Dilma Rousseff deveria demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para restabelecer a confiança na economia do país.
"No dia em que a Economist nomear ministro no Brasil nós deixaremos de ser República", afirmou Pimentel, ao chegar para a abertura do Fórum Empresarial do Mercosul, em Brasília.
O ministro defendeu as medidas de estímulo à economia tomadas pelo governo e destacou que este foi um ano de dificuldades na economia mundial como um todo, com reflexos também no Brasil. Para Pimentel, os indicadores apontam para uma forte retomada do crescimento econômico e dos investimentos no país.
Questionado sobre câmbio, o ministro deixou claro que quem cuida da questão é a Fazenda e o Banco Central. Ele destacou, entretanto, que o câmbio é flutuante e que o governo não permitirá que esta flutuação prejudique a competitividade. Pimentel acrescentou ainda que, toda vez que o mercado agir claramente contra a taxa de câmbio o governo vai intervir para impedir prejuízos à competitividade.
Mantega não comenta
Mantega evitou comentar nesta sexta-feira a reportagem da "The Economist". Na saída do ministério para o aeroporto, onde embarcaria para São Paulo, ele entrou no carro sem falar com os jornalistas.

Reportagem da "The Economist" afima que o mercado perdeu confiança em Mantega depois do resultado desapontador do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre – que mostrou uma alta de 0,6% sobre o trimestre anterior.
“Ela [Dilma] insiste que é pragmática. Se é assim, ela deveria demitir Mantega, cujas previsões excessivamente otimistas perderam a fé dos investidores, e indicar um novo time capaz de restabelecer a confiança dos negócios”, afirma o texto.
A revista aponta que há dois anos, quando Dilma Rousseff foi eleita presidente, a economia estava em expansão; depois, “estacionou”, e agora luta para se recuperar. Apesar dos esforços “frenéticos” de estímulo, a “criatura moribunda” cresceu no terceiro trimestre apenas metade do previsto por Mantega.
A publicação reconhece os esforços do governo para estimular o crescimento, como o corte na taxa de juros para sua mínima histórica, de 7,25%; as desonerações das folhas de pagamento das empresas, os planos de investimento em infraestrutura e a previsão de corte nos custos de eletricidade. Mas afirma que os investidores estão cautelosos porque o governo “interfere demais”.
“Rousseff parece acreditar que o estado deve dirigir as decisões sobre investimentos privados. Esse tipo de ‘micro-interferência’ mina também a confiança na política macroeconômica”, diz a Economist. Em vez de interferir, afirma a publicação, o govero “deveria redobrar os esforços para cortar o ‘custo Brasil’ (...) e deixar o espírito animal do setor privado rugir”.




3.12.12

Balança comercial tem pior resultado para novembro em 12 anos


No mês passado, foi registrado déficit comercial de US$ 186 milhões.
Na parcial do ano, superávit recua 33,9%, para US$ 17,18 bilhões.


A balança comercial brasileira registrou déficit (importações maiores do que exportações) de US$ 186 milhões em novembro deste ano, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (3). Trata-se do pior saldo, para meses de novembro, desde 2000 (-US$ 654 milhões).
Em novembro deste ano, as exportações somaram US$ 20,47 bilhões, ou US$ 1,02 bilhão de média diária, o que representa uma queda de 6% sobre o mesmo mês de 2011. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 20,65 bilhões, ou US$ 1,03 bilhão por dia útil. Isso representa um recuo de 2,6% sobre novembro de 2011.
Mudança na contabililização de petróleo
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, informou que a instrução normativa 1.282 da Receita Federal concedeu um prazo, em julho deste ano, de 50 dias para a Petrobras registrar nas estatísticas da balança comercial as importações de petróleo e derivados, como combustíveis.
Com isso, houve um "represamento" da contabilização de importações de petróleo e combustíveis realizadas nos últimos meses nos dados oficiais da balança comercial brasileira - cuja maior parte acabou sendo registrada, segundo ela, somente em novembro. "Há concentração maior neste mês [de novembro]. Essa situação diz respeito à regularização de operações [de petróleo e combustíveis]. Boa parte das operações já foi regularizada", declarou Prazeres a jornalistas.
Acumulado do ano
No acumulado dos onze primeiros meses deste ano, ainda segundo números oficiais, as exportações superaram as compras do exterior, resultando em superávit da balança comercial, em US$ 17,18 bilhões. O valor representa uma queda de 33,9% frente ao mesmo período do ano passado – quando o saldo comercial positivo somou US$ 25,99 bilhões.
A queda do saldo comercial brasileiro acontece em meio à crise financeira internacional. Com crescimento menor da economia mundial, as exportações para outros países diminuem. A crise financeira também gera acirramento da competição internacional por mercados compradores, como o Brasil, e também dificulta as vendas externas brasileiras em outras nações.
No parcial de janeiro a novembro de 2012, as exportações somaram US$ 222,83 bilhões, com média diária de US$ 964 milhões, enquanto as compras do exterior totalizaram US$ 205,64 bilhões (média de US$ 890 milhões por dia útil). Em relação ao mesmo período de 2011, as vendas externas tiveram queda de 5,6% e as importações recuaram 2%, de acordo com dados do governo federal.
Resultado de 2011 fechado
Em todo o ano de 2011, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o saldo positivo totalizou US$ 20,15 bilhões. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03 bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$ 24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões.
Perspectivas para 2012
Para 2012, ano que está sendo marcado pelos efeitos da crise financeira internacional, com a previsão de crescimento do PIB de 1,27%, e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará queda, atingindo cerca de US$ 20 bilhões.
O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 18 bilhões para este ano. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 19,7 bilhões neste ano.

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