29.10.12

“Alguém vai fazer melhor e mais barato em algum lugar”


Para o brasileiro Alessandro Bonorino, vice-presidente mundial para recrutamento da IBM, falta ao País ambição e planejamento com relação à qualificação dos trabalhadores


Se há algo que Alessandro Bonorino conhece são trabalhadores. Trabalhadores qualificados em todo o mundo. Vice-presidente mundial para recrutamento da IBM, empresa com 420 mil funcionários, cabe ao brasileiro Bonorino, 42 anos, traçar estratégias e políticas para buscar, atrair e reter os melhores profissionais em 170 países do mundo, numa área na qual eles são disputados a tapa: tecnologia.
Foto: Mayara Teixeira
Depois de dois anos na China, Bonorino diz "fiquei decepcionado ao voltar para o Brasil"
Bonorino acaba de voltar de uma temporada de dois anos na China, sede da IBM para mercados emergentes. Ao conhecer mais de perto o mercado asiático, sua visão do Brasil mudou: “quando estamos aqui temos a impressão de que o País está crescendo, e de fato está melhorando”, diz ele. “Mas não de maneira suficiente.” A pouca qualificação, somada aos altos encargos e à falta de objetivos estabelecidos pelo governo para o longo prazo criam alguns dos principais gargalhos para nosso crescimento, acredita. “Nós ficamos o tempo inteiro, consistentemente reagindo”, afirma. “Estamos resolvendo problemas ao invés de pensar em projeções para o futuro”

Confira os principais trechos da entrevista que Alessandro Bonorino concedeu ao iG .
iG: Um trabalhador brasileiro dedica mais horas ao trabalho do que a população da maioria dos países ricos, em contra partida, gera pouco mais de 20% da riqueza gerada por um trabalhador americano ao ano . Por que a produtividade do nosso trabalho é tão baixa? O que nos falta?
Alessandro Bonorino: Temos problemas de infraestrutura, investimento e educação. Na verdade, é difícil comparar força de trabalho, porque depende do setor e de uma série de outros fatores. Mas, o Brasil está chegando a um gargalo crítico na educação. Em comparação com a Ásia, estamos atrás na maioria dos índices internacionais. A Coreia, por exemplo, está se transformando com foco em inovação, com marcas multinacionais de sucesso e tudo isso passa pelo investimento pesado em educação. O progresso da Índia nos últimos anos também tem o mesmo motivo. Hoje, a Índia é um centro de serviço para grande parte das empresas multinacionais. Não só porque a população é enorme, ou porque o custo da mão de obra é baixo, mas porque tem o foco em desenvolver pessoas, especialmente em tecnologia.
iG: O trabalhador brasileiro custa caro?
Bonorino: O trabalhador brasileiro não tem formação, mas ganha um salário de um trabalhador com formação, é relativamente caro. Quando eu saí do Brasil, o déficit de população formada em tecnologia da informação era de 100 mil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). São números assustadores, você olha e pensa “como mudar essa situação?”. A combinação de falta de escolaridade e elevados encargos sociais aumenta o custo da mão de obra de forma desproporcional, o que faz com que se perca competitividade. Não é só o custo de infraestrutura, o custo Brasil, mas o custo de nossa mão de obra fica descompassado. Isso traz problemas de competitividade internacional, porque tem alguém que vai fazer melhor e mais barato em algum lugar. Ao invés de comprar o produto brasileiro você pode comprar da China, do Vietnã.
iG: Depois de sua experiência na Ásia, você consegue fazer uma comparação entre o Brasil e outros mercados emergentes?
Bonorino: Você vê que eles partiram de padrões até inferiores aos que existiam no Brasil em décadas passadas, e fica um pouco decepcionado. O Brasil está melhorando, mas não o suficiente, poderia melhorar mais. Na Malásia, criou-se uma agência com membros do governo e do empresariado que discutem estrategicamente como formar talentos para o país alcançar padrões desenvolvidos até 2020. Fiquei até chateado quando saí de lá, porque apesar da minha posição mundial na empresa, sou brasileiro. E por que não temos um plano estratégico assim no Brasil, por que não temos uma visão em longo prazo? Nós ficamos o tempo inteiro, consistentemente reagindo. Estamos resolvendo problemas ao invés de pensar em projeções para o futuro. Temos visões, mas falta ambição, somos uma das maiores economias do mundo e não fazemos nada para manter essa posição e nosso lugar de destaque e liderança.
iG: Na falta de uma visão clara a longo prazo do Estado, cabe às empresas ter esse objetivo e treinar seus funcionários?
Bonorino: Isso acaba sendo uma necessidade de sobrevivência. Não só treinando seus funcionários, mas ajudando a treinar o mercado, influenciando a academia e o ecossistema educacional. Aqui no Brasil, a IBM tem parcerias educacionais com escolas técnicas, com universidades e faculdades. Existe um trabalho em conjunto com instituições de ensino, além do foco interno no desenvolvimento dos profissionais. Não é possível continuar crescendo sem os investimentos e os recursos necessários para dar suporte à visão estratégica.
iG: Em outros países a parceria com instituições de ensino não é necessária?
Bonorino: Esse trabalho é necessário mundialmente. O governo e as instituições de ensino têm de estar juntos. Mas, o Brasil precisa mais e tem mais por fazer. A visão educacional e do desenvolvimento organizacional brasileiros progrediu, não podemos negar isso, mas ainda está aquém do que poderia ser. Esse é um dos potenciais gargalos que pode levar o Brasil a uma desaceleração. Estamos quase no pleno emprego, com apenas 6% da nossa população desempregada. Não dá mais para compensar o problema incorporando gente à produção, precisamos acelerar nossa produtividade de maneira sustentada.
iG: Esses profissionais não estão capacitados, mas estão empregados. Como explicar isso?
Bonorino: As empresas têm de desenvolvê-los. Agora é preciso preparar os funcionários quando eles entram na empresa. A IBM, por exemplo, tem muito investimento nisso, o que aumenta indiretamente o custo da mão de obra. As pessoas podiam estar mais prontas, sem dúvida nenhuma.
iG: Por que nosso país forma menos engenheiros, matemáticos, técnicos e estatísticos? É uma questão cultural?
Bonorino: De fato, há um descasamento entre oferta e demanda no mercado de trabalho. Na Índia, forma-se dez vezes mais gente na área de tecnologia, informação e engenharia e eles não são dez vezes maiores. Lá, houve um grande trabalho para vender a área de tecnologia da informação como importante. É preciso mostrar que o mundo da tecnologia é interessante, divertido, inovativo para começar a despertar o interesse nessas áreas. No Brasil, o número de horas dedicadas às ciências quando a criança está no ensino fundamental é menor do que em outros países.
iG: A falta de investimento em educação resulta em um menor potencial de inovação nos brasileiros?
Bonorino: Aqui surge inovação, temos produção de tecnologia e profissionais muito capacitados. Um profissional muito famoso na IBM mundial é o Jean Paul Jacob, um engenheiro eletrônico brasileiro-belga.
iG: Esse brasileiro que tem talento e pensa em inovação é o ponto fora da curva? É o fruto de nossa desigualdade?
Bonorino: Não, não acho que é o ponto fora da curva. O brasileiro tem a característica de inovar, de sobreviver em um ambiente com dificuldades. Poderíamos inovar muito mais se os gargalhos de infraestrutura e educação fossem resolvidos, geraríamos mais inovação de forma estruturada e diferente. Até o brasileiro que não tem acesso à educação está inovando para sobreviver. Somos inovadores por natureza, é algo cultural. Faltam condições e disciplina (uma palavra que os brasileiros não gostam muito) para que isso gere mais benefícios econômicos.
iG: Então, o que acontece? Nosso governo está cego pelo otimismo?
Bonorino: Estamos progredindo, mas falta visão de longo prazo, do que queremos ser daqui a cinco anos. Reagimos demais. Se a carga tributária está muito alta, vai lá e faz um pacote para resolver a carga tributária, se tem problema nos aeroportos, vai lá e toma uma medida. Qual é o trabalho de visão que fazemos? Não projetamos a economia que vamos ser. Tem uma série de iniciativas, mas deveria ser mais agressivo, mais amplo, mais coordenado e estruturado com nossas empresas.
iG: Muitos brasileiros estão se tornando líderes na América Latina ou globalmente. Por que as empresas querem os brasileiros na liderança?
Bonorino: Apesar dos obstáculos e desvantagens de infraestrutura e nível educacional que o Brasil tem, temos a vantagem de agregar e integrar mais fácil, ser mais suscetíveis às diferenças. É uma generalização, mas de maneira geral, as raízes culturais como falta de guerra geram pessoas com essa vantagem competitiva. Além disso, viemos de uma geração que vivenciou transformações muito importantes. Na minha carreira, vivi inflação de 50% ao mês, crise e fase de crescimento. Essa vivência de vários ciclos econômicos, vários desafios, aliado aos nossos centros de referência em educação e nossa habilidade de inovar, fazem com que muitos executivos brasileiros tenham bastante sucesso e continuem crescendo fora do país.
iG: A explosão da classe média nos Estados Unidos foi consequência do aumento da produtividade, seguido do natural aumentos dos salários. No Brasil, a que se deve o fenômeno da nova classe média?
Bonorino: Esse é um fenômeno de inserção importantíssimo, muitos países estão fazendo isso. Só que essa estratégia chega a um limite. A inserção de novos trabalhadores e consumidores num mercado formal acelera o crescimento, mas em algum momento quase todos já estarão inseridos. Aí o delta vai ser produtividade. O país cresceu, a classe média cresceu, mas e depois da inserção, o que fazer?
iG: A visão dos estrangeiros sobre o Brasil mudou?
Bonorino: O Brasil ainda é visto como um emergente com grande potencial de crescimento. Mas, há dúvidas sobre sua capacidade de crescimento sustentável e estruturado. O Brasil vai realmente acompanhar os outros emergentes que estão crescendo de forma mais agressiva? Existem perguntas. O olhar não é o mesmo, Existe uma expectativa muito grande, mas temos que fazer mais e melhor. Já progredimos, mas podemos progredir mais.

Fonte: http://economia.ig.com.br/empresas/2012-10-29/alguem-vai-fazer-melhor-e-mais-barato-em-algum-lugar.html

22.10.12

‘Brasil não é protecionista’, diz Delfim Netto

Delfim Netto é saudado pelo vice-presidente da República Michel Temer e pelo presidente do Conselho de Administração do CIEE, Ruy Martins Altenfelder Silva. 

O economista Antônio Delfim Netto, colunista de CartaCapital, afirmou nesta segunda-feira 15, em um evento do CIEE em São Paulo, que o Brasil não age de maneira protecionista no comércio mundial, mas “toma algumas medidas em legítima defesa”. O País vem recebendo críticas nos últimos meses de Japão e Estados Unidos, entre outras economias, por adotar ações como a taxação de importados. Um tipo de medida que, para o especialista, ocorre em razão do afrouxamento monetário dos países centrais, que inundam o mercado de dólares para dar maior liquidez às suas economias, afetando indiretamente a economia brasileira.
“Não há nenhum país que não tente defender o nível de sua atividade”, disse. “No Brasil, tivemos muitas dificuldades, câmbio valorizado por muito tempo. Destruímos a sofisticação de uma indústria importante e estamos tentando reconstruir isso. Não há nada de protecionismo nisso”, completou, após receber o prêmio Professor Emérito de 2012 – Troféu Guerreiro da Educação, realizado pelo CIEE e o jornal O Estado de S.Paulo. O evento homenageia todos os anos as personalidades que se destacaram na educação.
O economista também comentou ser o momento de interromper a longa série de quedas na Selic, que na última semana foi cortada em mais 0,25 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa de juro da economia está em 7,25%, o patamar mais baixo da história. “Muitos incentivos já foram dados e, talvez, seja bom esperar para verificar os resultados.”
Educação
Em seu agradecimento pelo prêmio, Delfim destacou que a economia atual está profundamente relacionada à maneira como os recursos naturais são utilizados, pois  a produção de gases nocivos ao meio ambiente é proporcional ao avanço do PIB dos países, contribuindo para a mudança climática.”É  preciso utilizar os recursos naturais de maneira mais eficiente para melhorar a produção e fazer pesquisas para reduzir a produção de CO2. Mas tudo isso depende de educação, pesquisa e inovação. Não há nada no desenvolvimento do mundo que não dependa do conhecimento.”
Presente no evento, o vice-presidente Michel Temer elogiou a forma como Delfim transita pelo mundo acadêmico e jornalístico. “Você dá um sabor muito popular à economia, o que me leva a procurar seus escritos para me informar sobre o que acontece no país e no mundo.”

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/economia/brasil-nao-e-protecionista-diz-delfim-netto/

15.10.12

Crise cria 'geração perdida' em países ricos

Na Espanha e na Grécia, onde a situação é mais grave, o desemprego entre jovens até 24 anos ronda os 50%; em 2006, os índices nesses países eram de 18% e 25%


O grande problema deles foi ter nascido no ano errado. Ou na geração errada. São jovens na faixa dos 20 aos 30 anos. Estudaram muito mais do que os seus pais. Viajaram e aprenderam diferentes idiomas. Estão habituados às novas tecnologias de comunicação e cresceram em períodos de relativa bonança, sem ter a criatividade e a liberdade tolhidas por regimes autoritários, guerras ou outras contingências.

Ainda assim, não conseguem uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho.
Impulsionados pela crise e por medidas de austeridade, crescentes níveis de desemprego entre os jovens em alguns países desenvolvidos - e principalmente na Europa e EUA - estão criando o que a imprensa e economistas desses países vêm chamando de "geração perdida" ou "geração desperdiçada".
Nos países que estão sofrendo duramente com a crise, os índices de desemprego entre os jovens da faixa dos 20 aos 30 anos são bem maiores do que os da população em geral. A situação é particularmente grave para os que têm até 24 anos e procuram o primeiro emprego, mas jovens com alguma experiência que saíram do mercado por um ou outro motivo também estão com dificuldade para voltar.
Na Espanha e na Grécia, onde a situação é mais grave, o desemprego entre jovens até 24 anos ronda os 50%. Em 2006, os índices nesses países eram de 18% e 25% respectivamente, segundo a OCDE.
Em Portugal, Irlanda e Itália, o índice de desemprego juvenil ronda os 30% e Na França e Grã-Bretanha já ultrapassa os 20%, mais que o dobro da média geral.
Nos Estados Unidos, desde 2006, a porcentagem de jovens desempregados subiu de 10% para 17% segundo a OCDE.
É claro que a crise atinge a todos, mas os jovens estão sofrendo mais porque, ao detectar um desaquecimento econômico, o primeiro que as empresas fazem é interromper as contratações, como explicaram à BBC Brasil Stefano Scarpetta, vice-diretor de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OECD e Richard Jackman, especialista em mercado de trabalho da London School of Economics and Political Science (LSE).
Uma segunda medida comum é despedir os trabalhadores que estão em contratos temporários - em geral, também profissionais na faixa dos 20 a 30 anos.
Por trás das estatísticas, há histórias de talentos desperdiçados e expectativas que não se cumpriram - milhares de jovens que foram levados a acreditar que, se estudassem mais e se preparassem melhor para o mercado de trabalho, teriam um futuro profissional garantido e uma posição social confortável.
Agora, com uma coleção de diplomas na parede, não conseguem sair da casa dos pais.

Exemplos
A espanhola Sonia Andolz-Rodríguez, por exemplo, fala seis idiomas - espanhol, catalão, inglês, alemão, italiano e árabe -, tem duas graduações (uma em Direito, outra em Ciências Políticas e Relações Internacionais) e dois mestrados da renomada Universidade de Oxford (Antropologia Social e Estudos sobre Refugiados e Migração Forçada). Também tem alguns anos de experiência profissional - ela só parou de trabalhar para estudar na Inglaterra.
De volta à Espanha, ela está procurando trabalho há 13 meses, desde que terminou o mestrado. "Simplesmente, não são abertos novos postos em ONGs e instituições da minha área de atuação", disse à BBC Brasil.
"Já morei oito anos fora do meu país e não queria ir embora de novo porque sei que é nesse momento de crise que ele mais precisaria de profissionais bem preparados. Mas a verdade é que, do jeito que a situação está, não há como ficar aqui."
Para Ava Givian, que vive em Londres e, desde que se formou em Criminologia, há sete meses, já enviou de 800 a 900 currículos, há um descaso com o problema por parte das autoridades políticas do país. "É frustrante. Estou bastante deprimida por ter estudado tanto para nada", diz, após contar que a irmã, socióloga, chegou a trabalhar em uma rede de supermercados.

Subemprego e emigração
Sem trabalho, alguns jovens fazem uma peregrinação por estágios não-remunerados - muitas vezes tão concorridos como trabalhos pagos. Outros, se dedicam a "sub-empregos".
Na Espanha, é cada vez mais comum encontrar jovens que omitem qualificações no currículo para conseguir empregos como vendedores por exemplo. Na Inglaterra, o número de jovens com formação universitária empregados como garçom, funcionários de supermercados e outros trabalhos não qualificados aumentou 6% no último ano segundo a Higher Education Careers Service Unit.
Um caso de grande repercussão foi o da jovem Cait Reilly, formada em geologia na Universidade de Birmingham. Cait entrou com um processo contra o governo depois que, dentro de um esquema introduzido sob a administração David Cameron, foi obrigada a trabalhar arrumando as prateleiras de uma loja Poundland - que vende diversos produtos por uma libra (R$ 3,2) - para continuar a receber seu seguro-desemprego.
Como as empresas não precisam pagar pelos trabalhadores recrutados nesse esquema, a defesa da jovem alegava que ele era ilegal e contraproducente, desestimulando contratações. Além disso, Cait dizia que a obrigação lhe forçou a largar um trabalho voluntário em um museu, mais relevante para a carreira que queria seguir.
Seus argumentos foram julgados improcedentes pela Justiça, mas a contenda dá a medida das dificuldades que os jovens de países ricos estão tendo de enfrentar para se inserir no mercado.
Um grupo importante pensa em emigrar, como fizeram seus ancestrais menos qualificados no passado. Uma pesquisa da Organização Internacional de Migrações (OIM) divulgada neste mês, por exemplo, revelou que 107 mil europeus deixaram o continente após a eclosão da crise em direção, principalmente, à países latino-americanos, como o Brasil.
Até o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, sugeriu que os jovens de seu país emigrassem para conseguir mais oportunidades de trabalho - abrindo uma grande polêmica em seu país.

Consequências
Para especialistas, as altas dos índices de desemprego entre os jovens - e em especial o crescimento das taxas de desemprego de longo prazo (mais de um ano) - podem ter efeitos bastante graves e duradouros para a economia e a sociedade dos países ricos.
"Pesquisas indicam que jovens que demoram para se inserir no mercado de trabalho também tardam mais para se desenvolver profissionalmente e, em geral, têm salários mais baixos que aqueles que encontraram oportunidades logo após a faculdade", explicou Scarpetta.
Quanto mais tempo a pessoa ficou desempregada, maior esse efeito "cicatriz", descrito por economistas como Paul Gregg, da Universidade de Bath.
Jackman lembra que o desemprego também tende a agravar problemas de saúde pública - com o aumento de casos de depressão e ansiedade.
"Além disso, embora seja difícil de calcular, há um custo coletivo envolvido no desperdício desses talentos, habilidades e qualificações, cuja criação envolveu o investimento de recursos", completa Scarpetta. "Toda a sociedade perde."
Fonte: http://economia.ig.com.br/criseeconomica/2012-10-15/crise-cria-geracao-perdida-em-paises-ricos.html

8.10.12

JAC Motors decide iniciar obra de nova fábrica em Camaçari, BA

Segundo a empresa, novo regime automotivo viabiliza instalação no país.
Complexo industrial deve ficar pronto no fim de 2014.


Jac J3 2013 (Foto: Divulgação) 
Marca ainda não confirmou quais modelos serão
produzidos 
A Jac Motors decidiu iniciar as obras de seu complexo industrial em Camaçari (BA). Segundo a empresa, o novo regime automotivo, divulgado nesta quarta-feira (4) pelo governo, viabilizou a instalação. A pedra fundamental da unidade será lançada em 28 de novembro.
Em comunicado, a montadora chinesa afirmou que o complexo industrial deve ficar pronto no fim de 2014.Os investimentos no projeto serão de R$ 900 milhões, com capacidade produtiva de cem mil unidades por ano. A estimativa é que sejam gerados 13,5 mil empregos, dos quais 3,5 mil diretos e dez mil indiretos.
No texto, Sergio Habib, presidente da JAC Motors, elogiou o regime automotivo e disse que as novas regras beneficiarão a empresa. "Esse regime está bem montado, foi negociado para todas as montadoras (...). Houve uma preocupação grande do governo para reduzir o consumo de combustível dos carros e resolver o problema de quem quer investir no Brasil", disse.

"Durante os dois anos e meio que leva para montar uma fábrica, o regime permite ter condições econômicas de desenvolver a rede",  afirmou. Segundo as novas regras, as empresas que investem em fábricas no país podem trazer, anualmente, o equivalente a 25% de sua capacidade de produção sem pagar os 30 pontos adicionais de IPI definidos no ano passado. Permite ainda acumular crédito de IPI equivalente a outros 25% da produção. Esse crédito poderá ser usado para descontar IPI dos carros que forem produzidos no país.
Em julho passado, a montadora divulgou que havia suspendido a construção da fábrica, antes ainda da terraplanagem, devido ao aumento dos 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do México e do Mercosul. As montadoras instaladas no Brasil também ficaram fora do aumento.

Novas regras
O novo regime permitirá que empresas que produzam no país evitem a elevação do IPI inclusive para a importação de veículos. Segundo as regras, entretanto, as empresas poderão importar até 25% de sua produção estimada no Brasil e, mesmo assim, não ter o IPI elevado em 30 pontos percentuais. Poderá, ainda, importar mais 25% da produção estimada, pagando IPI cheio (com 30 pontos a mais no IPI sendo cobrados), mas com crédito posterior no IPI de carros produzidos no país.
Nesta quarta, ao anunciar as novas regras, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, já havia afirmado que a Jac faria a fábrica, citando também a BMW, montadora que estudava iniciar produção de carros no Brasil.

Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2012/10/jac-motors-decide-iniciar-obra-de-nova-fabrica-em-camacari-ba.html