20.10.10

Grã-Bretanha deve cortar 490 mil empregos no setor público em 4 anos

Cortes afetam quase todas as áreas do governo.
Idade mínima para aposentadoria será elevada para 66 anos até 2020.

20/10/10
Fonte: veja.com.br

O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, anunciou nesta quarta-feira (20) um pacote de gastos de cortes públicos, em uma tentativa de combater o crescente déficit público do país. Entre as medidas está o corte de cerca de 490 mil empregos no setor público ao longo dos próximos quatro anos.

Osborne indicou que grande parte dessas supressões serão realizadas mediante a "rotação natural", mas admitiu que "haverá algumas demissões". "Isso é inevitável quando o país fica sem dinheiro", acrescentou o ministro durante sua apresentação ao parlamento dos detalhes do plano de rigor sem precedentes para reduzir o déficit mais elevado da União Europeia.

O objetivo do pacote é reduzir os gastos do governo em 80 bilhões de libras (cerca de US$ 125 bilhões). Os cortes afetam quase todas as áreas do governo, incluindo saúde, bem-estar social, transporte e segurança pública.

Mais medidas
O orçamento administrativo de todos os maiores departamentos do governo será cortado em um terço. Os gastos com policiamento deverão ser reduzidos em 4% anualmente ao longo dos próximos quatro anos. A idade de aposentadoria será elevada gradualmente dos atuais 65 anos para 66 anos até 2020.

Dívida acumulada
Os anúncios desta quarta-feira eram aguardados desde as eleições britânicas de maio, que o Partido Conservador venceu com a bandeira de tomar uma "ação urgente" para equilibrar as contas públicas.

Logo após tomar posse, o governo já havia anunciado, como "ação urgente", cortes de mais de 6 bilhões de libras (cerca de R$ 16 bilhões) já neste ano fiscal.

Na terça-feira, também já haviam sido anunciados cortes de 8% do orçamento de Defesa britânico. Mais de 40 mil postos de trabalho devem ser cortados no Ministério da Defesa e nas Forças Armadas do país.

O governo argumenta que os cortes reduzirão a proporção da dívida pública acumulada em relação ao PIB e deixarão tanto o déficit público como a dívida em níveis menores e mais sustentáveis.

Recessão
O opositor Partido Trabalhista, que deixou o poder em maio após 13 anos no poder, acusa o governo de cortar gastos além do necessário e de maneira muito rápida, o que poderia levar a economia britânica de volta à recessão.

O líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, acusou o governo de fazer "uma aposta irresponsável com a nossa economia". "Existe uma alternativa. O que o governo deveria estar fazendo seria estabelecer um plano para reduzir o déficit, mas também para proteger os empregos e o crescimento no nosso país", afirmou.

O governo, porém, diz que a rápida redução do déficit será benéfica para a economia por restaurar a confiança dos mercados financeiros e reduzir as taxas de juros pagas pelos empréstimos do governo.

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