27.10.11

Acordo entre zona do euro e bancos reduz dívida grega em 50%

Pacote de ajuda à Grécia vai aliviar endividamento do país em 100 bilhões de euros


O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou na madrugada desta quinta-feira que os países da zona do euro e os bancos detentores de títulos da dívida grega chegaram a um acordo para socorrer a Grécia, reduzindo sua dívida em 50%, após uma maratona de negociações realizada em Bruxelas, na Bélgica.

Com o novo acordo, a dívida grega terá um alívio de 100 bilhões de euros, diminuindo o endividamento do país para 120% (que hoje é de 145%) do PIB até 2020. Os governos da zona do euro também concordaram em fornecer uma garantia de 30 bilhões de euros em garantias de créditos aos bancos. Isso é mais agressivo do que o desconto de 21% acertado em julho, medida que na época foi saudada com entusiasmo, mas que depois se mostrou insuficiente.

Para Sarkozy, a medida tomada nesta madrugada evita um "drama" semelhante ao que se seguiu ao colapso do banco Lehman Brothers em 2008 e afirmou que espera que isso tranquilize os mercados na abertura das bolsas hoje.

Quem também se mostrou satisfeita foi a chanceler alemã, Angela Merkel. "Nós fechamos um acordo sobre um pacote abrangente que consiste em cinco elementos", anunciou. Esses elementos são: esforços a serem feitos pelos Estados-membros para colocar seus orçamentos em ordem, uma solução sustentável para a Grécia, o aperfeiçoamento do fundo de resgate da zona do euro, a recapitalização bancária e, finalmente, o fortalecimento do regime de estabilidade da moeda do bloco.

Confira a cobertura completa da Crise Econômica Mundial

Já o primeiro-ministro grego, George Papandreou, assegurou após o término da reunião que a "Grécia entraria em colapso" se não fosse alcançado um acordo com seus credores privados para perdoar parte da dívida e que com o pacote de ajuda, a economia do país voltará a ter liquidez. "Chegou um novo dia para a Grécia. Esperemos que também seja um novo dia para a Europa e que o pior já tenha passado", declarou.

Fundo de resgate

Além de definir um novo plano de resgate à Grécia, os líderes europeus acertaram o aumento da capacidade de resposta do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para 800 blhões a 1,3 trilhão de euros, de forma que seja possível auxiliar países com economias maiores, como Espanha e Itália. Ainda não se sabe como os países europeus vão levantar os fundos necessários para aumentar FEEF, atualmente de 440 bilhões de euro.

Uma das opções para o FEEF é criar um mecanismo especial de investimento, em parceria com o FMI, para atrair investidores estrangeiros privados e públicos. Assim, Brasil, China e outras economias emergentes poderiam comprar títulos públicos dos países europeus com problemas, tanto nos mercados primários como secundários. O FEEF ofereceria garantias contra uma parte das perdas no caso de quebra do país em questão.

* Com AE, EFE e AFP


Nenhum comentário: